Caro leitor, o torcedor do Burro da Central é acima de tudo um forte. E um teimoso. Ontem, o Taubaté deu vexame em pleno estádio Joaquim de Morais Filho, o Joaquinzão, perdendo pelo placar de 5 a 3 para o Novorizontino — o time conseguiu sofrer quatro gols no intervalo de dez minutos (aos 2’, 6’, 8’ e 12’ do segundo tempo). Na primeira etapa, a equipe ficou no 0 a 0, tendo perdido duas boas oportunidades de gol com o centroavante Jacaré. Ao voltar do intervalo, o Taubaté fez certamente uma das partidas mais vergonhosas apresentados de sua centenária história. Aos 12 minutos, já estava 4 a 0. O alviazul ainda diminuiu a vantagem com Madisson, em cobranças de falta e de pênalti. A reação? Que nada. Fagner fez o quinto dos visitantes aos 39 minutos e Madisson fez o terceiro do Burro, em uma nova penalidade, aos 45’. Mais uma derrota. Agora, em seu centenário, o Taubaté precisa aceitar um doloroso fato: vai lutar para não cair para a quarta e última divisão do futebol de São Paulo.
Com 19 pontos ganhos, o Burro da Central tem ainda três partidas pela frente até o término da primeira fase do Campeonato Paulista da Série A-3. Vai pegar o Cotia (fora de casa), São Carlos (dentro do Joaquinzão) e Sertãozinho (fora de casa). A Santacruzense, que joga na manhã deste domingo, é a 17ª colocada na tabela e primeira na zona de classificação, com 15 pontos. O caminho vai ser duro, caro amigo torcedor. É preciso mudar o foco, aceitar que a nova meta do Taubaté é escapar do rebaixamento no ano de seu centenário. Triste. Frustrante. Lamentável. Vexatório. Ridículo. Vergonhoso… são muitos os termos possíveis para tentarmos definir a campanha do Burrão neste ano tão importante. Acima de tudo é certo afirmarmos que esse time não está à altura do Taubaté – um dos mais tradicionais clubes paulistas, com conquistas importantes (entre elas o primeiro título do interior), os acessos de 1954 e 1979, entre outros. Não está à altura da família Taino, de Gilsinho, de tantos e tantos ídolos nesses 100 anos.
A campanha do Taubaté está sendo irregular. O time, que chegou a ter a liderança da competição nas mãos (no intervalo da partida contra o líder Rio Preto, fora de casa — ganhava de 2 a 0 e no segundo tempo tomou quatro gols…), é irregular. Alterna bons momentos com derrotas vexatórias, como aquela para o São José dos Campos, por 4 a 1, em Bragança Paulista. De quem é a culpa, caro torcedor, por essa vergonha no centenário do clube?
Seria o técnico Paulinho McLaren?! Afinal, a equipe não apresenta evolução e as suas convicções não estão surtindo efeito. Ele pode até cair, mas a culpa dessa campanha ruim não é dele. Técnico não faz milagre. Então foi a arbitragem?! Chega! Há sim, em alguns jogos, equívocos contra o alviazul, como em Matão. Mas é todo jogo?! Não, não é a arbitragem. Prezado torcedor, o problema é que os jogador com salários atrasados, falta de infraestrutura, montagem de elenco mal feita (o ‘taubateano’ Luis Guilherme é artilheiro da Série A-3 com 10 gols… pelo São José dos Campos!!!). O projeto do centenário, que prometia as ações de marketing ousadas, naufragou. Feio. Fez água. E não adianta ficar culpando fatores externos, caro leitor. Será que a diretoria do Taubaté foi obrigada a assumir o clube? Será que não sabia das dificuldades que se apresentariam e que o Burro sofre com a falta de dinheiro? Será que é sempre culpa dos outros? Não está na hora da diretoria do Taubaté admitir que é incompetente?
É preciso repensar o nosso clube. Ou ele corre o risco de fechar. Chega de incompetência. São 100 anos de tradição. Atenção, jogadores e diretoria: respeitem essa camisa!