Embora tenha trazido para Taubaté duas das quatro UPAs previstas, tucano tentou ‘rebatizar’ outras unidades já existentes para cumprir a promessa
Redação / Gazeta de Taubaté
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Na matemática, um mais um dá dois. Na política, o resultado pode ser outro: quatro.
Dias antes de ser afastado do cargo de prefeito, Ortiz Junior (PSDB) usou o Facebook para alegar que havia cumprido a promessa feita em 2012 de trazer quatro UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) para Taubaté.
Mas, se há apenas duas UPAs em Taubaté – uma já inaugurada, no San Marino, e outra em construção, no Barranco –, como isso seria possível?
Para o tucano, a saída foi alterar a nomenclatura de unidades de saúde já existentes no município.
Embora a UPA seja um projeto do governo federal, Ortiz rebatizou o PA (Pronto Atendimento) do Cecap de ‘UPA do Cecap’.
O mesmo foi feito com o PSM (Pronto Socorro Municipal), rebatizado na postagem como ‘UPA Central’.
CONCEITO/ A UPA do governo federal funciona 24 horas por dia e oferece, no mesmo local, serviços como raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação.
Segundo dados do Ministério da Saúde, graças a essa estrutura, 97% dos casos atendidos são solucionados nas próprias UPAs.
A Gazeta de Taubaté questionou a assessoria de Ortiz sobre o motivo da mudança na nomenclatura das unidades já existentes, e se elas teriam a mesma capacidade de atendimento de uma UPA tradicional.
Até agora, a reportagem não recebeu nenhuma resposta.
ATRASO/ O Ministério da Saúde cobra da prefeitura justificativas para o atraso na conclusão da obra da UPA do Barranco.
A UPA teve a construção iniciada em outubro de 2014 e deveria ter sido entregue em junho de 2015.
No ano passado, a prefeitura adiou a entrega para fevereiro de 2016. Depois, para junho desse ano. Nenhum prazo foi respeitado.
Na postagem feita no Facebook, Ortiz disse que a previsão de entrega é dezembro desse ano.
A UPA terá capacidade para 150 atendimentos a cada dia, o que representa 4,5 mil atendimentos por mês.
A outra UPA já inaugurada, no San Marino, só foi entregue em dezembro de 2015, após atraso de 21 meses.