Um ano depois, pacote de 2.500 empregos não atingiu nem 5% do prometido
6 de julho de 2017
Das 17 empresas beneficiadas com doações de área que lançaram pedras fundamentais entre abril e maio do ano passado, somente uma já está em operação
Redação / Gazeta de Taubaté
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Previsto para sair do papel até o fim do primeiro semestre desse ano, o pacote com geração de 2.500 empregos do governo Ortiz Junior (PSDB) alcançou, por enquanto, números bem mais tímidos.
A expectativa foi gerada entre abril e maio de 2016, quando, às vésperas da corrida eleitoral, a gestão tucana promoveu 17 cerimônias de lançamento de pedra fundamental de empresas beneficiadas com doações de área.
Na época, a previsão era de que, apesar da crise, até junho de 2017 essas empresas estariam em operação, abrindo 2.500 vagas de trabalho.
Passado o período eleitoral, a realidade é outra. Das 17 empresas, apenas uma está em operação na cidade, a Campo Limpo Tampas e Resinas Plásticas – trata-se de uma ampliação da unidade que já existia desde 2008. A previsão era de gerar 102 empregos diretos.
ATRASO/ Segundo a legislação municipal, as empresas beneficiadas com doação de área têm até seis meses para iniciar as obras e até dois anos para começar a operação no município, sob o risco de retrocessão do terreno.
A prefeitura informou, no entanto, que ainda busca a regularização das áreas industriais em que esses projetos serão desenvolvidos, “o que demanda tempo, pois é um procedimento submetido a diversos órgãos públicos”, como a Cetesb e a Sabesp.
O governo Ortiz afirmou ainda que, “em todos os casos em que há atrasos significativos, as empresas são notificadas a apresentarem as justificativas, sob pena de o município tomar as medidas judiciais cabíveis”.
PARQUE FANTASMA/ Outro projeto que acabou taxado como “eleitoreiro” foi o do Parque Tecnológico.
O espaço foi inaugurado em junho de 2016, mas até agora consiste em uma área cercada, sem atividade de qualquer empresa ou instituto de pesquisa.
A área já consumiu pelo menos R$ 4,9 milhões e era uma aposta para diversificar a economia da cidade que, por ser voltada principalmente ao setor automotivo, Taubaté acabou sofrendo forte impacto da crise econômica nacional.
Apenas entre 2013 e 2016, no primeiro mandato do prefeito, o município fechou 12.028 postos de trabalho.