No painel “Transição Energética e Descarbonização” do Summit Agenda SP+Verde, especialistas discutiram os benefícios do transporte ferroviário para reduzir emissões de gases de efeito estufa e promover o desenvolvimento urbano na metrópole. As apresentações destacaram como a matriz elétrica do Brasil, com cerca de 90% de energia limpa, permite que o Metrô, a CPTM e a Motiva operem com emissão extremamente baixa, entre 4 a 5 g de CO₂ por passageiro por quilômetro, comparado a até 200 g emitidos por veículos pessoais. Isso resulta em uma redução anual de aproximadamente 625 mil toneladas de CO₂ pelo transporte sobre trilhos em São Paulo.
“Os trilhos são mais eficientes do que outros modais de transporte de passageiros na cidade”, comentou Marcos Kassab, ressaltando o papel vital das operadoras de trilhos na mobilidade sustentável.
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Durante a discussão, também foram abordados grandes projetos de infraestrutura, como a Linha 4-Amarela, o Expresso Leste e diversos terminais de integração. Com uma rede de 382 km e mais de 4 milhões de passageiros transportados diariamente, o sistema metroferroviário se consolida como um elemento-chave na mobilidade urbana acessível e na transição para uma economia de baixo carbono.
Os palestrantes exploraram a importância de pilares como inovação, tecnologia, capacitação e gestão do conhecimento nas metas de descarbonização. A Matriz de Materialidade, elaborada com mais de 9 mil entrevistas, identifica temas prioritários como ética, acessibilidade, saúde e segurança, eficiência energética e mobilidade sustentável. Em 2024, o Metrô gerou R$ 14,8 bilhões em benefícios sociais, resultantes da redução do tempo de viagem, custos operacionais, consumo de combustíveis, emissões, acidentes e manutenção de vias, sendo essa cifra ainda maior ao considerar outras operações ferroviárias do estado. “São Paulo possui a maior rede metroferroviária do país”, declarou André Salcedo, vice-presidente executivo da Motiva.
Moderado por Luciano Pádua, da Exame, o debate contou com a participação de Michael Sotelo Cerqueira, presidente da CPTM; Alberto Epifani, coordenador de Transporte Coletivo da Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo; André Salcedo, vice-presidente executivo de Negócios da Motiva; e Marcos Kassab, assessor da Diretoria de Engenharia e Planejamento do Metrô de São Paulo. A diversidade de participantes das esferas pública, privada e técnica destacou a urgência de transformar conhecimento técnico sobre trilhos em futuros projetos, visando minimização de impactos sociais, ambientais e econômicos.
Sobre o evento
O Summit Agenda SP+Verde é um evento internacional pré-COP organizado pelo Governo de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e USP. O encontro reúne especialistas, líderes e membros da sociedade para discutir o desenvolvimento sustentável e a economia verde.
O evento no Parque Villa-Lobos oferece cinco palcos, uma rodada de negócios, área de inovação, Casa da Circularidade, espaço gastronômico e atrações culturais.
A programação se organiza em quatro eixos temáticos: Finanças Verdes; Resiliência e o Futuro das Cidades; Justiça Climática e Sociobiodiversidade; e Transição Energética e Descarbonização. A trilha de economia circular conecta todos os palcos e se estende à Casa da Economia Circular com vivências e workshops do Movimento Circular.
Neste espaço de inovação, universidades e institutos tecnológicos discutem o papel da pesquisa e da tecnologia na transformação climática de São Paulo. O palco principal concentra debates sobre economia verde, com a presença de líderes políticos e convidados nacionais e internacionais.
O Summit reflete uma ampla mobilização por um desenvolvimento sustentável e conta com o patrocínio de diversas empresas, incluindo Cosan, Comgás, Edge, Rumo, Sabesp, Itaú, Amazon, entre outras; além do apoio institucional de entidades como Fiesp, Senai, e The Nature Conservancy.

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