Transição do HU: secretário diz que nenhum funcionário será demitido
16 de março de 2019
João Ebram Neto afirmou que todos os funcionários do Grupo São Camilo que atuam hoje no Hospital Universitário serão absorvidos pela SPDM
Redação / Gazeta de Taubaté
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O secretário de Saúde, João Ebram Neto, afirmou nessa sexta-feira que nenhum funcionário do Grupo São Camilo que atua hoje no Hospital Universitário será demitido.
Em entrevista à Band Vale, o secretário disse que todos os funcionários serão absorvidos pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina).
“Não vai ter demissão desses funcionários. A carteira, que hoje é da São Camilo, passará para a SPDM”, disse Ebram Neto.
Iniciada no fim de fevereiro, a transição entre as duas entidades, que marca a transferência do HU do governo estadual para o município, será concluída dia 1º de maio. “Se muda apenas uma chave: no dia 1º sai a gestão estadual e entra a gestão municipal”, afirmou o secretário.
PACIENTES/ Durante a entrevista, Ebram Neto explicou que, com a mudança, os leitos do HU passarão a ser regulados pela prefeitura, e não mais pela Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde), ligada ao governo estadual.
O secretário ressaltou que isso deverá facilitar a oferta de vagas para pacientes oriundos das unidades de urgência e emergência do município, mas pontuou que o HU continuará a receber pacientes também de outras cidades da região – essa condição está prevista no convênio firmado com o governo estadual, segundo ele.
Nos primeiros 24 meses de contrato, a prefeitura irá repassar R$ 156,947 milhões para a SPDM. Isso representa R$ 78,47 milhões por ano ou R$ 6,5 milhões/mês.
O processo de transição da administração do HU é feito por um grupo de trabalho, que tem representantes da Secretaria de Saúde do Estado, do Grupo São Camilo (que atua hoje no HU por meio de contrato com o governo estadual), da prefeitura e da SPDM.
VAIVÉM/ A retomada da gestão do HU sacramenta o vaivém no posicionamento do prefeito sobre o tema. Na eleição de 2012, o tucano foi o único dos candidatos a defender a transferência do hospital, à época administrado pelo município, para o Estado.
O governo estadual assumiu a unidade em março de 2013, já durante o governo Ortiz. Poucos meses depois, no entanto, o tucano passou a criticar o Estado, alegando que o número de vagas no HU destinadas a pacientes taubateanos havia diminuído.
Na eleição de 2016, Ortiz afirmou que pretendia voltar a administrar o HU, mas de forma compartilhada com o governo estadual. Apenas no fim de 2017 o tucano passou a defender a transferência total da gestão do hospital para o município.
PRÓS E CONTRAS/ Ortiz defende que, com a medida, o número de vagas hospitalares para pacientes de Taubaté irá aumentar. O HU conta com 60 leitos de clínica médica e deverá inaugurar um novo espaço, com mais 40 vagas, sendo 20 leitos de clínica médica, 10 de clínica cirúrgica e 10 de UTI.
Já os críticos à retomada afirmam que o hospital continuará a receber pacientes de outras cidades, pois é referência regional em diversas especialidades, e que a medida servirá apenas para aumentar os custos do município.