SuperAção SP: 38 novos agentes passam por treinamento para atuar em oito cidades.

Entre os dias 3 e 12 de dezembro, 38 novos agentes completaram o ciclo de formação para atuar no SuperAção SP, um programa destinado a combater a pobreza e promover a autonomia das famílias. Esses profissionais trabalharão em oito municípios onde o programa já está em operação: Barueri, Cabreúva, Campinas, Embu das Artes, Itaquaquecetuba, Paulínia, São Roque e São Vicente.

A formação, realizada na Fundação Getulio Vargas (FGV), foi promovida pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (SEDS), em colaboração com a FGV Projetos, responsável pela contratação dos agentes, e a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). As aulas mesclaram teoria e prática, abordando acolhimento, construção de vínculos de confiança, monitoramento e elaboração de Planos de Desenvolvimento Familiar.

“Nosso objetivo é assegurar um atendimento humanizado, padronizado e orientado a resultados às famílias. A formação dos agentes é crucial para garantirmos que nossas equipes atuem com competência, segurança e propósito. Com cada novo agente, ampliamos o impacto do SuperAção SP nas localidades já atendidas”, destaca a secretária de Desenvolvimento Social, Andrezza Rosalém.

Os agentes serão responsáveis por estreitar o relacionamento entre as famílias e os serviços públicos disponíveis, definir metas e ações personalizadas, e auxiliar no acesso a oportunidades de qualificação profissional, emprego e geração de renda. Cada agente acompanhará no mínimo 20 famílias registradas no Cadastro Único (CadÚnico), realizando visitas que poderão ser semanais, quinzenais ou mensais, dependendo da metodologia do programa e das necessidades específicas de cada caso.

Os agentes atuarão para aproximar famílias dos serviços públicos disponíveis. Foto: Divulgação/Governo de SP

Caminhar juntos

Para muitos agentes, o SuperAção SP representa a oportunidade de enfrentar desafios que já observavam em suas trajetórias profissionais. Caru Silva, futura agente em São Vicente, de 33 anos, afirma que se identificou rapidamente com a proposta: “Em minhas experiências anteriores, sempre percebi barreiras institucionais em processos de inclusão produtiva. No SuperAção SP, vejo a aplicação do meu trabalho de uma nova forma, disposta a superar esses desafios. O Estado está assumindo seu papel e solidificando a política de assistência de maneira robusta.”

Stephani Venâncio, de 32 anos, que atuará em Barueri, enfatiza a importância do vínculo com as famílias como central na formação. “Uma habilidade que levo daqui é aprender a respeitar o tempo de cada processo: agir, escutar, acolher. Estou ansiosa para chegar ao campo, conhecer as histórias e potenciais das pessoas e caminhar junto a cada família”, compartilha.

Nanny Silva, 35 anos, que trabalhará em Campinas, reforça a perspectiva humanizada do trabalho. Natural do interior de Pernambuco e graduada em Serviço Social, ela enfatiza a importância de estar próxima das famílias: “Estar na casa da pessoa é estar no seu íntimo. É caminhar juntos. Muitas vezes, a informação não chega, e nós vamos levar esse conhecimento, mostrando que o governo está presente. Com vínculo, confiança e acompanhamento semanal, podemos despertar sonhos que estavam adormecidos”, afirma.

O trabalho dos agentes

O Plano de Desenvolvimento Familiar (PDF) é o principal instrumento orientador da atuação dos agentes, dividindo-se em três módulos: Proteger, que garante acesso às políticas públicas; Desenvolver, com ênfase em educação e capacitação; e Incluir, que foca na inserção no mercado de trabalho, seja de maneira formal ou empreendedora.

As famílias serão acompanhadas por dois anos, com um monitoramento adicional de seis meses para avaliar os progressos. Os incentivos financeiros variam conforme o perfil de cada família e podem ultrapassar R$ 10 mil durante o programa.

Nesta fase inicial, o SuperAção SP atenderá 13.395 famílias nas oito cidades participantes. Campinas concentra o maior número, com 4.355 famílias, seguida por Itaquaquecetuba (2.883) e Embu das Artes (2.038). Também participam Barueri (1.348), São Vicente (2.042), Paulínia (300), São Roque (255) e Cabreúva (174).

O número de agentes varia conforme o porte dos municípios: Campinas contará com 50 profissionais, seguidos por Itaquaquecetuba (31), Embu das Artes (22), Barueri (17) e São Vicente (19). Paulínia, São Roque e Cabreúva terão três agentes cada.

Público-alvo

O SuperAção SP destina-se a famílias em situação de vulnerabilidade social que atendem aos seguintes critérios:

· Estar inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico);
· Ter o CadÚnico atualizado nos últimos 24 meses;
· Possuir renda familiar per capita, excluindo rendimentos de auxílios sociais, inferior a meio salário-mínimo nacional (R$ 759, de acordo com o valor vigente de R$ 1.518 em 2025).

O programa é estruturado em duas trilhas de atendimento. A primeira, de Proteção Social, destina-se a famílias com maiores dificuldades de inclusão produtiva; a segunda, de Superação da Pobreza, em foco na inserção no mundo do trabalho.

A abordagem também se diferencia: na Trilha de Proteção Social, o atendimento é realizado por equipes técnicas municipais, enquanto na Trilha de Superação da Pobreza, os agentes realizam visitas domiciliares e acompanhamento individualizado.