Nos últimos três anos, o Estado de São Paulo ampliou sua influência nas esferas nacional e internacional relacionadas à biodiversidade e clima, através da atuação da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). Essa estratégia foi desenvolvida em colaboração com a Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) e resultou no fortalecimento de mecanismos de governança ambiental, além da participação do estado em fóruns multilaterais das Nações Unidas.
A experiência de São Paulo na implementação das Metas de Aichi, parte do Plano Estratégico 2011–2020 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), foi fundamental para o envolvimento do estado no processo que levou à aprovação do Marco Global da Biodiversidade Kunming-Montreal 2030 na COP15. Nesse contexto, a secretaria e a Abema foram oficialmente reconhecidas como observadoras da Convenção.
LEIA TAMBÉM: Biometano avança no interior de SP e ganha espaço na estratégia de transição energética
Em 2023, São Paulo ajudou a criar a Câmara Técnica de Biodiversidade da Abema (CT Bio Abema), com foco na integração das políticas de biodiversidade entre os estados, sendo o governo paulista responsável pela coordenação técnica.
A CT Bio Abema, ainda em 2023, desenvolveu seu primeiro plano de trabalho, contribuindo para as Metas Nacionais de Biodiversidade, que foram aprovadas pela Resolução Conabio nº 9/2024, e para a Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade (Epanb), publicado em 2025. O subsecretário de Meio Ambiente, Jônatas Trindade, destacou que essa articulação é essencial: “O alinhamento entre estados, governo federal e compromissos internacionais é crucial para a eficácia das políticas de biodiversidade”.
Outro marco importante foi a aprovação, em julho de 2025, da Carta Abema pela Biodiversidade, que contou com a participação ativa da Semil e passou a orientar o Roteiro Nacional das Estratégias e Planos de Ação Estaduais para a Biodiversidade (Epaebs). Essa iniciativa envolve órgãos estaduais de meio ambiente, o Ministério do Meio Ambiente e parceiros técnicos, tanto nacionais quanto internacionais.
Internacionalmente, a atuação paulista se intensificou nas discussões das chamadas “Convenções do Rio” — Clima, Biodiversidade e Desertificação. Em 2024, a CT Bio Abema liderou uma das maiores delegações de observadores da CDB na COP16, realizada em Cali, na Colômbia, com a participação da Semil.
LEIA TAMBÉM: Governo de SP abre consulta pública para regras de logística reversa no estado
Durante a COP30, realizada em Belém em 2025, a Semil se uniu a iniciativas promovidas pela Abema, junto com o Instituto Tecnológico Vale, a Vale, a Secretaria de Meio Ambiente do Pará, universidades e organizações internacionais. Essa colaboração resultou na criação da Casa da Biodiversidade e Clima, um espaço para debates técnicos, capacitações e reuniões multilaterais.
Durante o evento, foram lançados documentos estratégicos que abordam restauração ecológica, Soluções Baseadas na Natureza, ecossistemas aquáticos, certificação de unidades de conservação, campos naturais, poluentes negligenciados e genômica ambiental, com a colaboração técnica do Estado de São Paulo.
Em reconhecimento à sua contribuição ao longo desse processo, o técnico Paul Dale foi homenageado com o Troféu 40 Anos da Abema, entregue durante a inauguração da Casa da Biodiversidade e Clima, em novembro de 2025.

Leave a Comment