Saud diz que Ortiz deixou R$ 108 milhões em notas fiscais a pagar, e R$ 2 milhões em caixa
6 de janeiro de 2021
O novo prefeito de Taubaté, José Saud (MDB), disse que seu antecessor, Ortiz Junior (PSDB), deixou R$ 108 milhões em dívidas de curto prazo para pagar e apenas R$ 2 milhões em caixa.
O emedebista afirmou ter recebido esses números do setor de Finanças da Prefeitura nessa segunda-feira (4), primeiro dia útil de seu mandato.
“São R$ 108 milhões de notas fiscais que chegaram e não conseguiram ser pagas no ano passado, e R$ 2 milhões em caixa para pagar esses 108 [milhões de reais]. Quer dizer, é impossível”, afirmou Saud em entrevista à TV Vanguarda.
“Nós temos contas a pagar. Temos que pagar primeiramente os médicos, pagar as pessoas que estão trabalhando para que nós consigamos andar minimamente na cidade”, completou o novo prefeito.
REPERCUSSÃO.
Procurado pela reportagem, Ortiz disse que os números apresentados por Saud não são verdadeiros. Segundo o tucano, a Prefeitura tem mais recursos em fundos vinculados da saúde, do trânsito (multas) e de assistência social.
“Só nos fundos vinculados da Saúde tem R$ 13 milhões”, afirmou Ortiz, que não soube informar, precisamente, quanto de recursos deixou no caixa da Prefeitura. “Ou ele [Saud] está muito mal informado pela equipe dele ou está chutando um número. Nos fundos de vinculação tem muito mais dinheiro do que isso [R$ 2 milhões]”.
Ortiz afirmou ainda que, dos mais de R$ 100 milhões citados por Saud, cerca de 10% seriam de notas que precisarão ser pagas agora. “O que deve ter de nota real para pagar, uns R$ 10 milhões, tem muito mais em caixa pela Prefeitura. O dinheiro está lá, o recurso está lá, depositado para pagar”.
Segundo o tucano, dos R$ 108 milhões citados, R$ 70 milhões seriam do calote dado no IPMT (Instituto de Previdência do Município de Taubaté) desde junho de 2019. “Dos 100 milhões, R$ 70 milhões é IPMT, que o projeto [um para suspensão da dívida e outro para parcelamento em 60 vezes] está na Câmara. Não tem que pagar isso, é só pedir para a Câmara aprovar [a suspensão e o parcelamento da dívida]. Foi um calote legal, autorizado pela lei federal”, defendeu o ex-prefeito.
Ortiz disse ainda que o montante de mais de R$ 100 milhões inclui cerca de R$ 20 milhões que estavam empenhados para pagar obras do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) que tiveram os contratos rescindidos – ou seja, que não serão realizadas.