Os pilares do trabalho realizado por reeducandos nas hortas e estufas dos estabelecimentos penais de São Paulo incluem alimentação saudável, capacitação profissional, sustentabilidade e solidariedade.
Na região de Bauru, essa iniciativa produz, em média, 19 toneladas de hortaliças mensalmente. Os cultivos incluem alface, almeirão, beterraba, cebolinha, cenoura, chicória, rabanete, repolho e rúcula. Parte dessa produção é utilizada na alimentação da população prisional e dos servidores, melhorando a qualidade nutricional das refeições.
Atualmente, 228 detentos estão envolvidos na horticultura, recebendo pagamento e o benefício da remição de pena — a cada três dias trabalhados, um dia é descontado da condenação. Além de adquirir novas habilidades profissionais, eles aplicam práticas sustentáveis, como o uso de cascas de ovos e restos de verduras como adubo. No CPP III “Prof. Noé Azevedo”, em Bauru, utiliza-se também esterco bovino na compostagem, enriquecendo o solo para o cultivo.
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Doações à Comunidade
O projeto possui um impacto que vai além dos muros dos presídios. Parte das colheitas é direcionada a instituições assistenciais locais. A APAE de Cerqueira César, por exemplo, recebe mensalmente 6 caixas de alface e couve da Penitenciária I do município.
Em Bauru, instituições como o Lar Vila Vicentina, o Albergue Noturno e a SORRI recebem cerca de 140 quilos de hortaliças por mês produzidas no CPP III.
“Com o excedente da produção, realizamos doações a instituições de caridade em Bauru. Essa atividade oferece ao reeducando uma experiência terapêutica através do trabalho, além de gerar um sentimento de satisfação por contribuir para uma alimentação saudável tanto no centro de progressão penitenciária quanto entre indivíduos em situação de vulnerabilidade social, atendidos por organizações humanitárias”, explicou João André Collela, Chefe de Departamento do CPP III de Bauru.
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