Prevendo ‘excessos’, Ortiz era contra armar GCM no mandato passado
16 de outubro de 2018
‘Não quero uma guarda municipal para matar taubateano, preciso de uma Guarda Municipal para proteger e dar apoio, com arma não letal’, disse Ortiz em 2015, por exemplo; agora, tucano mudou de opinião e quer armar GCM
Julio Codazzi / Gazeta de Taubaté
julio.codazzi@gazetadetaubate.com.br
A decisão de equipar a GCM (Guarda Civil Municipal) com armas de fogo, revelada com exclusividade pelo jornal nessa terça-feira, indica uma mudança drástica de postura do prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), sobre o tema.
Em seu primeiro mandato, em diversas oportunidades, o tucano se declarou veementemente contrário à medida.
“Não quero uma guarda municipal para matar taubateano, preciso de uma Guarda Municipal para proteger e dar apoio, com arma não letal. Que não fira. Vai mobilizar, dispersar, mas não vai ferir”, afirmou o prefeito em junho de 2015, quando se discutia a regulamentação da GCM.
Na época, Ortiz disse que a medida poderia resultar em “excessos graves”. “A Guarda Municipal, sem hierarquia da Polícia, sem os instrumentos de controle da Corregedoria da Polícia, sem as hierarquias de comando que a Polícia tem, vai descambar certamente para excessos, e excessos graves”.
NEGATIVA/ A regulamentação da GCM foi aprovada pela Câmara em 2016. Na ocasião, os vereadores aprovaram emenda para retirar a expressão “desarmada” do texto elaborado pelo prefeito.
Na época, Ortiz voltou a se posicionar contra a medida e afirmou que a emenda não seria suficiente para garantir o uso de armas de fogo pela corporação.
Na semana passada, no entanto, o tucano enviou à Câmara um projeto que prevê a inclusão da expressão “armada” na lei aprovada em 2016.
Questionado pela reportagem sobre a mudança de posicionamento do prefeito, o governo Ortiz alegou que “o perfil profissional da Guarda Civil Municipal de Taubaté mudou com as novas exigências estabelecidas nos processos seletivos e atualmente é possível fazer esse planejamento”.
Inicialmente, dos cerca de 220 agentes, 50 passarão por “um rigoroso treinamento e avaliação psicológica” para o uso das armas. Não há previsão de quando isso ocorrerá, já que ainda é necessário adquirir as armas, a munição e os coletes balísticos.