Após alta no número de mortes, governo Ortiz cobra Alckmin quanto à ampliação no HR e no HU
Julio Codazzi / Taubaté
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Diante do alarmante aumento no número de mortes em suas unidades de urgência e emergência, a Prefeitura de Taubaté decidiu cobrar do governo do Estado a ampliação da oferta de vagas nos hospitais que dão retaguarda para a rede de Saúde do município.
No mês de maio, o número de óbitos nessas unidades foi 63 –nos quatro meses anteriores, ficou dentro da casa dos 50. No mês de junho, o registro considerado mais grave: 84 mortes.
Os dados são referentes às quatro unidades do município que atendem casos de urgência e emergência –PSI (Pronto Socorro Infantil), os PAs (Pronto Atendimentos) dos bairros Gurilândia e Cecap e o PS (Pronto -Socorro), que concentra a maior parte dos casos graves.
O aumento do número de mortes coincide com o período em que o Estado passou a administrar o HU (Hospital Universitário) — a integração foi finalizada em 1º de abril.
pedido /Na avaliação da diretora do PS, Rosa Celano, o principal gargalo hoje da unidade é a grande quantidade de pacientes que ficam internados à espera de vaga.
Segundo relatório exibido pela prefeitura o PS mantém, em média, 60 pessoas internadas. Ainda segundo o relatório, apenas em junho, a direção do PS solicitou 158 vagas na UTI do HR (Hospital Regional). Nenhum dos pedidos teria sido atendido. As mesmas 158 vagas foram solicitadas ao HU. Apenas duas foram disponibilizadas ao PS.
“O tempo de excelência para definir um caso desses é de 6 horas. O tempo máximo deveria ser entre 24h e 48h. Tem paciente que fica aqui 20 dias”, disse a diretora.
Segundo o relatório, vagas solicitadas ao HR e ao HU em outras especialidades, como ortopedia e vascular, também não foram atendidas a contento. “É difícil prever se os pacientes que morreram aqui não morreriam caso tivessem sido transferidos. Mas é fato que um hospital possui uma estrutura muito mais adequada para cuidar desse tipo de caso”, analisou Rosa Celano.
O impasse foi discutido ontem, durante uma visita da Frente Parlamentar em Defesa da RMVale às unidades. Os deputados Padre Afonso (PV) e Marco Aurélio (PT) disseram que vão cobrar do governo do Estado uma solução para esse problema. “A situação é caótica. Queremos marcar uma reunião com o secretária de Saúde [Giovanni Guido Cerri] para cobrar com urgência a ampliação dessas vagas”, disse Afonso.
Diretora reconhece o problema
A diretora regional de Saúde, Sandra Tutihashi, reconheceu ontem a necessidade de ampliar o número de vagas no HR e no HU. Segundo a diretora, já existem projetos para a ampliação dos dois hospitais. Porém, não há previsão de quando as reformas serão iniciadas. Também não há estimativa de quando o governo do Estado vai liberar o pacote de R$ 50 milhões, anunciado para os dois hospitais em 2012.