Prefeitura alega que guardas demitidos se recusaram a trabalhar após protesto
31 de outubro de 2017
Situação, caracterizada como ‘insubordinação grave’, teria ocorrido em maio de 2016, um dia após manifestação por melhores condições de trabalho; guardas contestam versão da prefeitura
Redação / Gazeta de Taubaté
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O governo Ortiz Junior (PSDB) alegou nessa terça-feira que os dois guardas municipais que foram demitidos na semana passada foram apontados como “organizadores da paralisação” ocorrida em maio de 2016.
A gestão tucana argumentou ainda que os dois agentes “se recusaram a assumir as funções de supervisores, para as quais estavam escalados no dia posterior”, o que foi considerado como “insubordinação grave”.
Sobre os outros quatro guardas que responderam a processos disciplinares, a prefeitura sustentou que “as punições são individualizadas, de acordo com as condutas” – um foi suspenso por 30 dias, dois receberam advertência e um foi absolvido.
“No âmbito administrativo [as punições] são definitivas, cabe recurso apenas na justiça”, informou a administração municipal.
REAÇÃO/ Também nessa terça-feira, os guardas municipais rebateram a versão divulgada pela prefeitura.
Segundo eles, como o protesto era justamente para cobrar melhores condições de trabalho, parte dos guardas resistia a fazer serviços de rua.
Naquela época, ainda de acordo com os agentes, o comando da GCM (Guarda Civil Municipal) deu duas opções aos guardas: ou atuar em postos, situação em que não há deslocamento externo, ou nas rondas.
Os dois que acabaram demitidos teriam optado por trabalhar em postos.
O grupo alegava, na ocasião, que só poderia atuar nas rondas depois de receber os equipamentos básicos, como coletes, tonfas e spray de pimenta. A categoria reclama que, até agora, não conta com nada disso.
O CASO/ No dia 29 de abril de 2016, um guarda municipal que fazia a segurança em uma fábrica desativada na zona rural foi espancado por quatro homens que invadiram o local.
No dia 4 de maio, um grupo de guardas municipais realizou uma manifestação em frente à sede da prefeitura. Eles pediam melhores condições de trabalho.
No mesmo mês, seis guardas identificados como líderes do movimento foram afastados do serviço por 60 dias e passaram a responder a processos disciplinares.
Além disso, outros 26 agentes que participaram do protesto foram alvos de sindicâncias, com punições com advertência ou suspensão.
Esse mês, saiu a punição do grupo que havia sido apontado como líder da manifestação. Os dois demitidos foram enquadrados em “insubordinação grave em serviço”.
O guarda suspenso foi punido por “incitamento à greve”.
Os dois advertidos foram enquadrados por “promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição”.
Já o processo contra o último dos guardas foi arquivado, sob a alegação de que não foram identificadas irregularidades.