À Justiça, ex-prefeito informa ser dono de sítio e de carro denunciados pelo MP
Julio Codazzi / Taubaté
redacao@gazetadetaubate.com.br
Dois dos seis bens que o ex-prefeito de Taubaté Roberto Peixoto (PEN) e a sua esposa, Luciana Peixoto, teriam comprado com dinheiro oriundo de fraudes durante sua gestão (2005-2012) foram declarados pelo postulante a deputado estadual à Justiça Eleitoral.
São eles o Sítio Rosa Mística, localizado em São Bento do Sapucaí (R$ 250 mil) e um veículo Ford Ranger XL 13D, de 2001 (R$ 45 mil).
Os dois bens são citados na denúncia enviada pelo Ministério Público Federal para a Justiça Federal em 2012. A ação resultou em dois processos, nos quais o casal Peixoto, seus três filhos e 11 outros réus foram indiciados pro crimes como lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e fraudes em licitação.
Antes, em junho de 2011, durante a Operação Urupês da Polícia Federal, o então prefeito, a então primeira-dama e o ex-gerente de compras da prefeitura, Carlos Anderson dos Santos, chegaram a ser presos. Os processos correm simultaneamente na 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, especializada em crimes financeiros, mas ainda não há previsão de quando a Justiça Federal emitirá a sentença.
Acusação/ Segundo a denúncia, a suposta fraude era operada desde 2005 e envolveu pelo menos três empresas: a EB Alimentação Escolar, a Sistal Alimentação de Coletividade e a Acert Serviços Administrativos. Os contratos investigados somam R$ 30 milhões. De acordo com o MPF, todo recurso arrecadado pelo casal foi utilizado para a compra de diversos bens. Para a lavagem de dinheiro, teriam sido usados os nomes dos três filhos de Roberto e Luciana Peixoto.
Além do sítio e do veículo, teriam sido adquiridos dessa forma uma casa no residencial Porto Seguro (R$ 80 mil), uma casa no Jardim Maria Augusta (R$ 148 mil), um apartamento em Ubatuba (R$ 120 mil) e um apartamento na Vila Nogueira (valor não informado).
Outro lado/ Peixoto e os seus advogados não foram localizados ontem pela Gazeta de Taubaté. Em entrevistas anteriores e também na defesa entregue para a Justiça Federal, o ex-prefeito negou qualquer irregularidade na compra dos bens. “Foi uma trama política que fizeram contra mim, violenta. Uma grande sacanagem, uma armadilha. Tanto é que terminei o meu mandato, nunca fui cassado e fui o único prefeito reeleito de Taubaté”, disse Peixoto em entrevista concedida no mês passado.
Patrimônio/ Na relação informada à Justiça Eleitoral, o ex-prefeito alega possuir bens que, somados, chegam a R$ 447.534,45. Além do sítio e da Ford Ranger, Peixoto disse ter uma casa no centro da cidade (R$ 81.204), um Citroen C3 Picasso (R$ 64 mil), além de 7.330,45 em aplicações financeiras.
O montante declarado esse ano é 38,56% maior que o informado em 2008, quando se candidatou à reeleição. Na época, o então prefeito disse possuir R$ 322.979,82.