Parque Tecnológico: ‘não há dinheiro para isso hoje em dia’, diz secretário
22 de fevereiro de 2019
Em audiência pública na Câmara, Geraldo de Oliveira Neto, informou que não há nenhuma previsão de quando o Parque Tecnológico de Taubaté terá alguma atividade
Redação / Gazeta de Taubaté
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Foto: Divulgação/CMT
Ouvido pela Câmara nessa sexta-feira, o secretário de Desenvolvimento e Inovação do governo Ortiz Junior (PSDB), Geraldo de Oliveira Neto, informou que não há nenhuma previsão de quando o Parque Tecnológico de Taubaté terá alguma atividade.
Anunciado em 2013 e prometido inicialmente para o mesmo ano, o espaço chegou a ser inaugurado em 2016, mas não tem nenhuma construção, nunca recebeu nenhuma atividade e não está sequer regularizado junto aos órgãos competentes.
“A crise pegou muito forte, não há dinheiro para isso hoje em dia”, afirmou. “Como você vai investir no Parque Tecnológico, precisando investir na saúde, na educação, que hoje é uma demanda muito grande? O pessoal fica desempregado, não tem plano médico, cai na nossa rede de saúde. Cai na rede escolar porque não tem escola privada mais, não tem dinheiro”, completou.
Não foi informado quanto a prefeitura precisaria investir no espaço para regularizá-lo, o que possibilitaria a instalação de empresas e instituições de ensino no local.
O secretário disse ainda que a gestão tucana estuda outra “ótica” para o parque, mas não detalhou o que poderia ser feito.
ATRAÇÃO DE EMPRESAS/ Segundo dados apresentados pela equipe da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação, entre 2013 e 2018, nos primeiros seis anos do governo Ortiz, 21 empresas receberam doações de áreas nos distritos industriais. Dessas, apenas sete estariam em funcionamento.
No mesmo período, a prefeitura teria concretizado 19 reversões de área, em casos de empresas que receberam doações, mas não se instalaram nos terrenos – o número inclui doações realizadas antes da gestão Ortiz. Hoje, há mais 16 processos judiciais em que o município busca a reversão de doações.
“As empresas estão esperando um sinal de governo, de Reforma da Previdência, e a retomada da economia, para fazer esses investimentos”, afirmou o secretário. “Ninguém hoje está investindo no escuro mais, não há aventura mais. A crise pegou todo mundo, o país está quebrado”, completou.
PARQUE/ O Parque Tecnológico foi prometido inicialmente pelo governo Ortiz para 2013. A unidade seria voltada para áreas como Engenharia Ferroviária, Engenharia Automotiva, Engenharia Aeronáutica (Asa Rotativa), Defesa Pública, Energia Verde, Engenharia Biomédica, Biotecnologia e Aplicações Médicas, Águas e Engenharia Química.
Em dezembro de 2014 foi realizado evento para lançamento do projeto, que custaria R$ 7 milhões. Em junho de 2016, em período pré-eleitoral, o tucano inaugurou o parque.
Nessa primeira fase, o investimento foi de R$ 3,98 milhões. Desse total, apenas R$ 300 mil saíram dos cofres da prefeitura, para serviços como placas de sinalização e de identificação.
O restante foi investido por três empresas, como contrapartida por doações de área.
Desde 2016, quase nada andou. O restante das obras de infraestrutura no local, previstas para as fases dois e três do projeto, não tem sequer projeto executivo elaborado. Sem isso, a prefeitura não sabe, por exemplo, quanto precisará investir no espaço.
Dividida em 472 lotes, a área de 731.000 m² no Distrito Industrial do Una não tem nem estrutura de água e esgoto.