Ortiz admite mudar traçado que passaria por loteamento fechado
1 de maio de 2018
Recuo da gestão tucana ocorre três meses após o jornal revelar que, por descuido da prefeitura, construção de nova via na região do Barreiro foi projetada para passar por loteamento fechado no bairro Morada dos Nobres
Redação / Gazeta de Taubaté
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Foto: Imagem veiculada em comercial da prefeitura mostra via que seria construída na área do loteamento fechado
Três meses após o jornal revelar que uma das obras do programa Acelera Taubaté passaria por um loteamento fechado, o governo Ortiz Junior (PSDB) passou a admitir publicamente que o traçado poderá ser alterado.
Segundo apuração da reportagem, o principal motivo do recuo é o gasto que seria necessário para desapropriar uma área do Campos do Conde de Taubaté, que fica no bairro Morada dos Nobres.
O valor estimado seria de R$ 20 milhões. Isso representaria quase 10% do total que a prefeitura emprestará para o pacote de obras: são US$ 60 milhões do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), o que representa R$ 210 milhões pela cotação atual da moeda americana.
Questionada pela reportagem, a gestão Ortiz alegou que “foi apresentada à prefeitura uma proposta de alteração do traçado no sistema viário do Barreiro”, e que “esta proposta é objeto de estudo”.
Não foi divulgado por onde passaria esse novo traçado que está sendo estudado.
LAMBANÇA/ A obra em questão é a construção de uma avenida que ligaria a região do Barreiro ao bairro Cataguá, que fica próximo à Rodovia Oswaldo Cruz.
Pelo projeto, o trecho final dessa via passaria pelo meio do loteamento fechado.
O loteamento existe há 44 anos, desde 1974, e é reconhecido pela prefeitura desde 1978. Os antigos proprietários tiveram dificuldades para concluir o projeto, que só foi retomado em 2010, quando foi rebatizado para Campos do Conde.
Após novos problemas, o loteamento foi enfim concluído e liberado para construção das casas.
O Campos do Conde tem 1.143 lotes, sendo mais de 900 residenciais. Caso a obra fosse mantida, pelo menos 148 lotes teriam que ser desapropriados.
Segundo apuração da reportagem, os responsáveis pela elaboração do projeto da nova via acreditavam que o loteamento estava abandonado. Só tomaram ciência do problema após serem procurados pelos representantes do empreendimento.