Construções do AME e do Centro de Reabilitação Lucy Montoro não vão ser concluídas dentro do prazo
Julio Codazzi / Taubaté
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Antes previstas para 2014, as construções de unidades do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) e do Centro de Reabilitação Lucy Montoro em Taubaté não devem sair do papel tão cedo.
Anunciadas no dia 9 de dezembro de 2013, as duas unidades seriam construídas em parceria entre prefeitura e Estado e selariam uma trégua entre os governos Ortiz Junior e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, que naquela época se digladiavam em razão da falta de leitos nos hospitais Universitário e Regional, que servem de retaguarda para a rede municipal de Saúde.
No evento do anúncio, Ortiz disse que o Centro Lucy Montoro seria inaugurado em maio de 2014. Já o AME ficaria para o mês de agosto.
As duas unidades seriam implantadas com o mesmo modelo: em prédios cedidos ou construídos pela prefeitura, tendo como contrapartida do Estado a equipagem e o custeio. No entanto, segundo apuração da Gazeta de Taubaté, alterações em relação aos locais que receberiam as unidades e incertezas sobre o custeio das obras atrasaram os projetos. Alteração / A primeira mudança foi em relação aos locais em que as unidades seriam implantadas. Inicialmente, o Centro Lucy Montoro ficaria no antigo prédio do departamento de Fisioterapia da Unitau (Universidade de Taubaté), ao lado da Câmara.
Já o AME, que chegou a ser cogitado para o atual prédio do PSM (Pronto Socorro Municipal), ficaria em uma área na região central.
As propostas foram abortadas esse ano e surgiu a ideia de construir as duas unidades em uma mesma área, de propriedade do Estado. O terreno fica no bairro Jardim Santa Clara, nos fundos da Casa de Custódia, e perto do Sedes (Sistema Educacional de Desenvolvimento Social). A Gazeta de Taubaté esteve no local na última quarta-feira e verificou que a área segue tomada por mato alto, sem limpeza.
Além disso, a prefeitura tenta que o Estado se comprometa a ajudar também nos custos da construção, o que não estava previsto inicialmente.
O obra do AME é avaliada em R$ 4,2 milhões. A do Lucy Montoro não teve o valor divulgado. Por meio de nota, o governo Ortiz alegou que os projetos já estão prontos e que aguarda ‘o repasse de verba por parte do governo do Estado para dar inicio as obras’.
Também em nota, o governo Alckmin afirmou que o projeto está sob análise de técnicos e que os recursos a serem aplicados ‘estão sendo discutidos em parceria com o município’. perda / Quando inaugurado, o AME deve atender até 11 mil pacientes por mês. Políticos ouvidos pela reportagem lamentaram o atraso.
“Eu queria que as coisas fossem mais rápidas. Essa novela já se estende há muitos anos”, criticou o deputado estadual Padre Afonso (PV).
“Quanto antes vier, será melhor. Se um projeto desse atrasa, a população deixa de ser atendida. Mas o importante é o investimento vir para a cidade”, disse o vereador Rodrigo Luis Silva, o Digão (PSDB).
“Nós já sabíamos que dificilmente essas ações viriam para Taubaté, pois o Estado vira as costas para a cidade. Talvez, por agora ser período eleitoral, o governador reforce a promessa, mas até agora apenas o governo federal tem ajudado a cidade”, argumentou o parlamentar Salvador Soares (PT).
novela / A novela da vinda do AME para Taubaté começou no segundo mandato do ex-prefeito Roberto Peixoto (PEN). Após impasse, porém, o projeto foi abandonado.
Em 2012, Ortiz Junior foi eleito com a promessa de trazer a unidade para o município. O plano quase ruiu em outubro de 2013, quando a então diretora regional de Saúde, Sandra Tutihashi, chegou a descartar a hipótese, que só foi confirmada dois meses depois por Geraldo Alckmin.