Municipalização do HU ficará para agosto, afirma prefeito em audiência
6 de março de 2018
Esse já é o terceiro prazo anunciado pelo tucano para a mudança; principais dúvidas sobre municipalização do Hospital Universitário foram esclarecidas nessa terça-feira, em audiência pública
Redação / Gazeta de Taubaté
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Foto: Rogério Marques/Gazeta de Taubaté
A retomada da gestão do Hospital Universitário pela Prefeitura de Taubaté ganhou um novo prazo – o terceiro desde o ano passado, quando a proposta foi anunciada.
Em audiência pública realizada pela Câmara na noite dessa terça-feira, o prefeito Ortiz Junior (PSDB) disse que pretende retomar a administração da unidade em agosto. “Preciso de mais tempo”, afirmou.
No ano passado, quando o tucano anunciou a proposta, a previsão era de que a mudança na gestão do HU – que desde 2013 é administrado pelo governo estadual – ocorresse em março desse ano.
Depois, a previsão mudou para o dia 1º de maio. Agora, foi anunciada uma terceira data.
ETAPAS/ Durante a audiência, o prefeito listou etapas que precisam ser cumpridas antes da retomada da gestão do hospital.
A primeira delas é finalizar o processo de qualificação de entidades interessadas em se qualificar como OS (Organização Social) na área da saúde. Depois, ainda será preciso selecionar, dentre os projetos apresentados, qual o melhor em gestão hospitalar.
Além disso, foi formada uma comissão para definir o plano de gestão da transição. Esse estudo tem prazo de conclusão de 60 dias.
FIM DAS DÚVIDAS/ Durante a audiência dessa terça-feira, o prefeito e a diretora regional de Saúde, Sandra Tutihashi, esclareceram as principais dúvidas sobre a mudança na gestão.
Segundo o tucano, a OS que irá gerir o hospital deverá absorver os funcionários do São Camilo que hoje atuam no HU. “É um processo simples, faz um carimbo na carteira de trabalho. Não vai ter vínculo rompido”, disse Ortiz.
O tucano afirmou ainda que as atividades realizadas na unidade pelos alunos do curso de Medicina da Unitau (Universidade de Taubaté) serão mantidas.
VAGAS/ O hospital tem hoje 60 leitos de clínica médica, sendo que 12 estão interditados.
A prefeitura pretende reativar esses 12 leitos e implantar mais 50 na área do antigo Hemonúcleo, sendo 30 leitos de clínica médica, 10 de clínica cirúrgica e 10 de UTI.
O hospital não deixará de atender pacientes de outras cidades e seguirá como referência regional em diversas especialidades.
“SUS não é para um município só”, disse Sandra. “Nunca foi intenção da prefeitura deixar de atender os municípios vizinhos”, afirmou Ortiz.
A nova OS também deverá assumir a gestão do PSI (Pronto Socorro Infantil), que funciona nas dependências do HU.
FINANCIAMENTO/ A previsão é que o custeio mensal do hospital seja de R$ 5,5 milhões. Desse total, R$ 2 milhões serão repassados pelo estado, R$ 2 milhões serão custeados pelo município e R$ 1,5 milhão já é repassado pelo governo federal.
“A prefeitura vai ter dinheiro? Vai, porque se organizou”, afirmou o prefeito.
Segundo Ortiz, o município passou a economizar esse ano R$ 1,3 milhão por mês com a qualificação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), que começaram a ser custeadas pelo governo federal.
Além disso, ao ampliar a retaguarda hospitalar, a prefeitura estima economizar R$ 1 milhão por mês nas unidades de urgência e emergência do município, que precisarão manter menos pacientes.
“Não estamos inventando dinheiro novo, é o mesmo dinheiro que a prefeitura já tem”, disse o prefeito.