No Museu Luiz de Queiroz, foi lançada esta semana a segunda edição do livro Bonsai: miniaturização de árvores, escrito pelo engenheiro agrônomo João Chaddad Junior, do Departamento de Fitopatologia e Nematologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. Além do livro, o evento também contou com uma exposição de bonsais. A obra, disponível gratuitamente no Portal de Livros Abertos, explora o cultivo de árvores em miniatura, apresentando espécies brasileiras como jacarandá, jequitibá-rosa, peroba-rosa, uvaia, pitanga, jabuticabeira e cerejeira, entre outras. É possível fazer o download gratuito do livro clicando neste link.
O objetivo da publicação é oferecer informações práticas para produtores, com foco na adaptação de técnicas tradicionais de bonsai, geralmente voltadas para espécies exóticas e climas temperados, ao cultivo de espécies nativas adaptadas às condições tropicais e subtropicais do Brasil. O livro é dividido em capítulos que discutem tópicos como forma do bonsai, fisiologia, estilos, solo, adubação, doenças, pragas e ervas daninhas, e é ilustrado com figuras, tabelas, gráficos e fotos. Cada capítulo começa com um verso da poetisa Auta de Souza, retirado de sua obra O Horto.
O bonsai, uma arte milenar originária da China, foi aprimorada e popularizada no Japão. A técnica de coletar árvores de aparência envelhecida e contorcida da natureza, geralmente encontradas em montanhas, para cultivar em vasos é conhecida como Yamadori. O autor explica que, embora o bonsai exija cuidados normais de cultivo, é a observância das convenções de aparência da planta e do vaso que o distingue, especialmente em exposições. Ao contrário do que se acredita, o vaso é visto como uma fase de contenção: grandes bonsais do Oriente muitas vezes alternam entre estar em vaso e plantados diretamente no solo, onde podem permanecer por décadas enquanto são podados periodicamente para manter seu tronco grosso e pequeno.
O mundo interior e exterior do bonsai
O e-book oferece sugestões sobre a escolha das plantas: as árvores para bonsai são classificadas em floríferas, frutíferas e de folhagem. Além disso, elas podem ser divididas em caducas e perenes. As caducas perdem as folhas durante o inverno ou em estações secas, como as de ipês, jequitibás e figueiras nativas. Por outro lado, as perenes mantêm suas folhas durante todo o ano, exceto em casos de secas intensas, como é o caso da jabuticabeira e dos laranjais.
O autor descreve que os estilos de bonsai são definidos pela conformação do tronco, raízes e ramos, que imitam as formas das árvores na natureza, moldadas por adversidades ambientais. O bonsai é uma representação artística da árvore, uma “caricatura” onde as características periféricas são encurtadas e as centrais são exageradas. As formas mais valoradas são as contorcidas e sinuosas, resultantes de crescimentos em precipícios ou danos causados por raios e ventos. Apesar de a arte ser considerada democrática, há normas rigorosas que devem ser seguidas para garantir a qualidade do bonsai em exposições.
Exemplos de estilos incluem o tronco duplo (Sokan), onde duas árvores se formam a partir de uma só, e o estilo balsa (Ikadabuki), que ocorre quando uma árvore caída mantém seus ramos na superfície do solo após a regeneração. O autor adverte que as árvores não devem ser idênticas no estilo e conformação.
Na parte dedicada ao solo e nutrição, o autor enfatiza que o solo é crucial tanto física quanto quimicamente, sustentando a planta e fornecendo os sais minerais necessários para a fotossíntese. Os nutrientes podem estar livres na água ou presos nas partículas do solo, e a escolha de adubos, que podem ser orgânicos ou inorgânicos, é essencial para a saúde do bonsai. Informações sobre fisiologia, adubação, e doenças e pragas também são abordadas na obra.
Para ler a obra Bonsai: miniaturização de árvores na íntegra, clique aqui.

Leave a Comment