Mais dois reféns são libertados de rebelião no CDP de Taubaté
8 de agosto de 2018
Número de liberados pelos detentos chega a três; outros 11 ainda são mantidos como reféns
Redação / Gazeta de Taubaté
redacao@gazetadetaubate.com.br
Mais dois reféns foram liberados da rebelião iniciada nessa quarta-feira no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Taubaté. Agora são três os liberados pelos detentos, que iniciaram a ação no período da tarde. Outros 11 reféns permanecem na unidade.
Segundo a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), um dos reféns foi liberado às 21h e outro às 22h40. Antes, outra mulher já havia sido liberada. Restam, por enquanto, nove integrantes de grupos religiosos e dois agentes penitenciários.
A rebelião iniciou por volta das 15h desta quarta-feira. Dois agentes foram tomados reféns, além de 12 pessoas da Pastoral Carcerária. A unidade tem capacidade para 844 presos e atualmente abriga 1.521.
Barulhos de explosão e tiros teriam assustado pessoas que moram próximo ao CDP, localizado na rodovia Amador Bueno da Veiga.
De acordo com a Polícia Militar, os detentos colocaram fogo em roupas e colchões. Pelo menos quatros raios, como são chamadas as alas da unidade, foram incendiados. Equipes de apoio foram enviadas ao local.
Uma cunhada de um preso do CDP afirmou que eles cobram por melhoras na estrutura do local. “Colocaram fogo no raio 7 e no raio 8, está tendo tiroteio dentro do presídio e os presos estão todos soltos no pátio, um entrando na cela do outro”, afirmou a cunhada de um detento.
A SAP (Secretaria d Administração Penitenciária) informou, por meio de nota, que o Grupo de Intervenção Rápida, composto por agentes de segurança penitenciária, está dentro da unidade a postos. A direção está conversando com os presos envolvidos no ato.
MANIFESTO. Em dezembro de 2017, o jornal revelou com exclusividade que cerca de 30 mulheres, mães e companheiras dos detentos do CDP de Taubaté, acusaram a unidade de atendimento precário. O pedido de melhorias, segundo elas, foi um apelo enviado por cartas dos próprios presos.
As companheiras afirmam que os presos sofrem opressões como negligência médica e omissão de socorro, acomodação indevida, falta de água e outros cuidados básicos.
“Eles estão pagando pelo que fizeram de errado, mas o que a administração está fazendo é desumano”, afirmou uma esposa de um detento.