HU municipal custará R$ 60 milhões por ano a Taubaté, calcula prefeito
20 de novembro de 2017
Para tentar atingir montante, prefeitura conta com repasses do governo federal para o Samu e as UPAs e com emendas impositivas da Câmara; prefeito diz que assumirá HU em 1º de maio, ‘com a ajuda ou sem a ajuda do governo do Estado’
Redação / Gazeta de Taubaté
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O prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), estima que o município irá gastar R$ 60 milhões por ano para assumir a gestão do Hospital Universitário.
Segundo o tucano, o município tem condições financeiras de retomar a unidade após cinco anos – o hospital foi gerido pela Unitau (Universidade de Taubaté) até 2013, por meio da Fust (Fundação Universitária de Taubaté), e depois foi repassado ao governo estadual.
Para ajudar a criar o lastro financeiro, a prefeitura conta com duas ações. Uma delas é o aporte do governo federal ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e às UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) do San Marino e do Santa Helena, que deve começar a ser repassado em janeiro.
A outra medida conta com o auxílio da Câmara: cada vereador deve destinar até metade de sua cota de emendas impositivas ao orçamento para o custeio do hospital. Isso deve garantir ao menos um mês de HU municipal: R$ 5 milhões.
“A economia toda, representada por esse esforço orçamentário, além de um recurso no orçamento previsto para isso, vai nos permitir a partir de maio fazer funcionar esse hospital com 100 leitos de clínica médica”, disse o prefeito.
OBSTÁCULOS/ Na eleição de 2012, Ortiz foi o único candidato a não defender um hospital municipal para a cidade. Na época, o tucano dizia que o problema não era construir uma unidade, e sim o custo de mantê-la – justamente o contrário do que argumenta hoje.
Em 2013, ainda em seu primeiro ano de mandato, o prefeito passou a criticar a assunção do HU pelo Estado – passou a dizer que, com isso, havia sido reduzido o número de vagas em hospitais para pacientes taubateanos, prejudicando principalmente o PSM (Pronto Socorro Municipal).
As conversas para retomar o HU se intensificaram esse ano. Ortiz busca que o Estado continue a ajudar no custeio, mas o governo Geraldo Alckmin (PSDB) foi taxativo: se a prefeitura quiser reassumir o hospital, ficará responsável pela parte financeira.
“Taubaté tem um desafio: é o leito de clínica médica. É esse leito que a gente vai disponibilizar ao cidadão a partir de 1º de maio do ano que vem, com a ajuda ou sem a ajuda do governo do Estado”, afirmou o prefeito.