‘HU municipal’ custa ao menos R$ 3 milhões por mês à prefeitura
29 de novembro de 2019
Dos R$ 6,54 milhões que são gastos todos os meses com o custeio do HU (Hospital Universitário) de Taubaté, ao menos R$ 47,1% saem direto dos cofres da prefeitura, o que representa R$ 3,08 milhões. O dado foi informado esse mês pelo governo Ortiz Junior (PSDB) à Câmara, em resposta a requerimento do vereador João Vidal (PSDB), que faz oposição à gestão tucana. Segundo a prefeitura, o governo federal repassa R$ 1,459 milhão/mês (22,3% do total) e o governo estadual aporta R$ 2 milhões/mês (30,5% do gasto).
Os dados são usados pela oposição para reforçar as críticas à decisão do governo Ortiz de assumir a gestão do HU, o que ocorreu em 1º de maio – antes dessa data, a unidade era administrada pelo estado.
A gestão tucana alega que a medida foi tomada para ampliar o número de vagas de retaguarda hospitalar para as unidades de urgência e emergência da rede municipal. A oposição, no entanto, ressalta que além de o HU seguir atendendo pacientes de outras cidades da região, agora a prefeitura tem um gasto extra mensal, em um período de crise financeira.
IMPACTO.
Nas últimas semanas, foram intensificados os relatos de problemas na gestão do HU, terceirizada pelo município à SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina). Alunos do curso de Medicina da Unitau (Universidade de Taubaté), por exemplo, apontaram falta de materiais básicos, como luvas, gazes, materiais cirúrgicos, fitas para medir glicemia e filme para o exame de raio-x; equipes de enfermagem incompletas; medicamentos em falta; equipamentos quebrados ou muito antigos; cirurgias canceladas por falta de esterilização e limpeza de instrumentos; e atrasos na entrega de exames laboratoriais.
Essa semana, a Câmara aprovou um requerimento do vereador Digão (PSDB) que cobra explicações do governo Ortiz sobre os problemas. O parlamentar disse que vai denunciar o caso ao Ministério Público e que pretende pedir a convocação de diretores da SPDM. “O clima no Hospital Universitário é horrível. A começar por atraso de salário de enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos”, afirmou Vidal.
Desde o dia 7 de novembro a reportagem questiona o governo Ortiz sobre problemas no HU, mas não houve resposta. A SPDM alegou que “não há registro de falta de medicamentos ou insumos na unidade”, que nenhuma cirurgia foi cancelada “devido à falta de higienização ou esterilização de instrumentos” e que, desde que assumiu o HU, vem fazendo “a manutenção corretiva e preventiva de todos os equipamentos”..