Governo de SP introduz Rotas da Cachaça para impulsionar turismo, agricultura e progresso regional.

Na última quinta-feira (11), o Governo de São Paulo inaugurou as Rotas da Cachaça na sede da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Essa iniciativa pioneira visa valorizar o potencial turístico da cachaça, uma bebida que encapsula a história e a identidade cultural do Brasil. Com oito rotas abrangendo 65 municípios e uma proposta de oito destinos de experiências e mais oito para negócios, o projeto pretende também impulsionar o agronegócio e o desenvolvimento regional no estado. A ação é uma colaboração entre várias secretarias, coordenada pela Casa Civil.

As Rotas da Cachaça buscam ampliar os mercados, atrair novos investimentos e aumentar a reputação da cachaça paulista tanto nacionalmente quanto internacionalmente, garantindo produtos de alta qualidade. A proposta integra produtores, indústrias, comerciantes e consumidores, impulsionando toda a cadeia econômica com novas oportunidades, empregos e fortalecimento do setor.

“A cachaça é um símbolo da cultura brasileira, e o mercado global já começa a reconhecer essa tradição. Os alambiques de São Paulo se destacam pela sua qualidade e têm colocado o estado como líder na exportação dessa bebida. Com as Rotas da Cachaça, o Governo pretende estimular ainda mais essas potencialidades, oferecendo aos turistas uma experiência rica em história e gastronomia, além de contribuir para as economias locais”, comentou o vice-governador, Felicio Ramuth.

O evento também celebrou a premiação do II Concurso Estadual de Qualidade da Cachaça Paulista 2025, onde foram selecionadas as melhores cachaças em cinco categorias. Além disso, uma nova linha de crédito, chamada *Alambique Legal*, foi apresentada, visando apoiar financeiramente os produtores na formalização sanitária e regulatória.

Tradição

A cachaça, uma das bebidas mais icônicas do Brasil, possui quase 500 anos de história. São Paulo é um dos principais centros de produção e pesquisa, liderando as exportações brasileiras com 6,6 milhões de litros, o que representa 46% do total nacional. O estado também detém 30,7% dos empregos ativos na fabricação de aguardente de cana-de-açúcar em 2024 e é responsável por 52,5% das atividades econômicas relacionadas ao setor, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

As diferentes rotas — Serras Paulistas, Mogiana, Noroeste, Cuesta, Itaqueri e Tietê, Centro Paulista, Frutas e Bandeirantes, Circuito das Águas e Alta Paulista — abrangem 65 produtores de cachaça e incluem sete destinos de experiências e oito para negócios. A lista completa pode ser acessada em https://www.rotasdacachaca.sp.gov.br/rotas-cachaca.

Assim como as Rotas do Vinho, Café e Queijo, as Rotas da Cachaça promovem experiências que valorizam o turismo rural, a natureza e a gastronomia, oferecendo degustações e capacitações.

Entre os produtores renomados estão o Engenho São Luiz (1906), Mandaguahy (1858), Fazenda Benedetti (1929), JP (1925) e Zanoni, além de destilarias de referência como Sapucaia (1933), Santa Capela e Companhia Müller de Bebidas, reconhecida internacionalmente.

Inovação

O projeto também inclui centros de pesquisa e inovação, como o Grupo de Estudos da Cadeia da Cachaça, que desenvolve a metodologia do Concurso Estadual, e o Instituto Agronômico, que promove uma seleção de 86 rótulos e cursos de formação na área, todos vinculados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

As rotas proporcionarão visitas guiadas, degustações, trilhas ecológicas, almoços combinados e hospedagens rurais. O projeto prevê ainda workshops e cursos focados no turismo histórico e vivências com famílias produtoras, especialmente em regiões que priorizam a sustentabilidade e a gastronomia.

“Estamos valorizando nossa cadeia produtiva com as Rotas do Vinho, do Café e agora da Cachaça, que fortalecem nosso turismo rural”, disse Roberto de Lucena, secretário de Turismo e Viagens.

Produção Valorizada

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento premiou os melhores rótulos nas categorias Branca, Armazenada, Envelhecida em Carvalho, Envelhecida em Madeiras Brasileiras e Blends. O concurso deste ano teve 130 amostras, um aumento de 60% em relação ao ano anterior.

Confira os três melhores rótulos por categoria:

BRANCA

  • Pavão Prata – Pirassununga
  • Santa Capela Clássica — Santa Bárbara d’Oeste
  • Sr. Brasil – Monte Alegre do Sul

ARMAZENADA

  • Almeida Valente Amburana – Artur Nogueira
  • Serra Vale – Carvalho – São João da Boa Vista
  • Santa Capela Armazenada Amburana – Santa Bárbara d’Oeste

ENVELHECIDA EM BARRIS DE MADEIRAS BRASILEIRAS

  • Cachaça da Torre – Jequitibá Rosa – Amparo
  • Tonon Amburana – Dourado
  • Itupeva Umburana – Itupeva

ENVELHECIDAS EM BARRIS DE CARVALHO

  • Dom Tápparo Extra Premium 12 anos – Mirassol
  • Cachaça C Double Wood – Torrinha
  • Giuseppe Benedetti Carvalho Americano – Amparo

BLEND

  • Dom Tápparo Extra Premium Blend – Amburana e Carvalho Americano – Mirassol
  • WIBA! Blend de Carvalhos – Torre de Pedra
  • Cachaça C Triple Wood – Torrinha

Avanços Regulatórios e Linha de Crédito

O evento também anunciou um marco regulatório no setor com a assinatura do vice-governador Felicio Ramuth do decreto que regulamenta a Lei 18.154 de 2025. Esse decreto moderniza o Sistema Estadual de Inspeção Vegetal, garantindo rastreabilidade e segurança dos produtos. A nova legislação aumenta o padrão de qualidade e segurança para produtores e consumidores.

Além disso, a linha de crédito Alambique Legal, relacionada à linha Artesanal + Legal, disponibiliza R$ 3 milhões para apoiar a regularização de produtores que desejam se formalizar, ampliando condições para comercialização e inclusão na Rota da Cachaça.

Impactos Econômicos

As exportações de cachaça em São Paulo cresceram cerca de 36%, superando a média de várias regiões do Brasil. A diversificação de mercados e a crescente demanda por produtos premium, robustecem a imagem da cachaça paulista no exterior.

Dentre os impactos esperados estão:

  • Organização e qualificação da oferta turística e produtiva;
  • Aumento da visitação aos alambiques;
  • Valorização da cachaça como produto cultural de qualidade;
  • Promoção de novo empreendimentos e formalização na cadeia produtiva;
  • Ampliação da visibilidade nacional e internacional da cachaça.

“Nosso objetivo é aproveitar a vocação de São Paulo para desenvolver a economia regional. Quanto mais turistas visitando as áreas produtoras, maior a produção e a movimentação da rede de serviços, o que impacta na geração de renda e emprego”, afirma Jorge Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico.

A InvestSP oferece o programa ExportaSP, uma capacitação online destinada a micro, pequenas e médias empresas que desejam exportar. Desde dezembro de 2025, cerca de 1,3 mil empresas já foram capacitadas.

“Essa iniciativa promove nosso território, fortalece as comunidades produtivas e amplia a visibilidade das marcas. As Rotas da Cachaça geram novos investimentos e incentivam a inserção da cachaça paulista no mercado global”, finaliza Rui Gomes, presidente da InvestSP.