Montadora e sindicato ainda negociam o número de trabalhadores afetados
Redação / Taubaté
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A Ford finaliza com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté um plano para suspender temporariamente o contrato de trabalho de parte dos 1.800 empregados da planta industrial da empresa na cidade.
Em nota divulgada ontem, a montadora informou que tem tomado medidas para “ajustar o ritmo de produção à desaceleração do mercado doméstico e também à redução nos volumes para exportação”.
Segundo o comunicado, a Ford tem negociado com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté uma série de medidas, como a concessão de férias coletivas e paradas da produção em banco de horas. “Atualmente, a Ford está finalizando a negociação para definir o número de trabalhadores da fábrica de Taubaté que terão seus contratos de trabalho temporariamente suspensos”.
A medida é denominada de lay-off. Durante o período de suspensão do contrato de trabalho, o empregado é obrigado a frequentar curso de qualificação. Com a suspensão dos contratos, o salário é pago em parte pelo governo federal, por meio do FAT (Fundo de Apoio ao Trabalhador) e em parte pela empresa, que fica desobrigada de encargos trabalhistas.
Início/ De acordo com Cláudia Albertina Marques da Silva, coordenadora geral do comitê sindical por empresa, na Ford, a suspensão temporária do contrato de trabalho de parte dos funcionários deve ocorrer a partir de agosto.
Ela relatou que ainda não está fechado o número de trabalhadores que serão atingidos e nem o prazo de vigência da medida. “Pela legislação, o lay-off tem duração de dois a cinco meses no máximo”, disse a representante do sindicato.
Preocupação/ Cláudia afirmou que os funcionários da Ford demonstram preocupação, mas a medida é uma alternativa para evitar demissão. “A nossa expectativa é que durante a vigência da suspensão do contrato, a Ford recupere as vendas. Ela lançou recentemente um novo modelo. Esperamos que as vendas sejam boas”, afirmou.
Cláudia declarou que, desde janeiro, a planta de Taubaté trabalha com jornada reduzida de um dia por semana, além de banco de horas.
“Este ano já foram concedidas duas férias coletivas e abertos PDV (Programa de Demissão Voluntária)”, afirmou. Há cerca de 15 dias, os empregados aprovaram a adoção do lay-off na planta.
“Amargo”/ O gerente regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), em Taubaté, José de Arimathéa Campos, disse que a adoção do lay-off é uma medida para evitar demissão. “É um remédio amargo. Não é a melhor solução desejada, mas permite que a empresa possa se organizar”, disse. A Ford de Taubaté produz motores e transmissões, principalmente para exportação.