Em dois anos, gastos com viagens da Câmara têm redução de 94%
9 de abril de 2019
De janeiro a março de 2019, gasto foi de R$ 2.752,46, sendo R$ 221,75 de vereadores e R$ 2.530,71 de servidores; de janeiro a março de 2017, despesa foi de R$ 51.895,58: R$ 5.021,48 de parlamentares e R$ 46.874,10 de funcionários
Julio Codazzi/ Gazeta de Taubaté
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Foto: Divulgação/CMT
Em um intervalo de dois anos, a Câmara de Taubaté reduziu em 94,69% os gastos com viagens oficiais.
O levantamento, feito pela reportagem com base em dados do Portal da Transparência, levou em consideração os ressarcimentos de despesas dos vereadores e as diárias dos servidores.
De janeiro a março de 2019, os gastos somaram R$ 2.752,46, sendo R$ 221,75 em despesas de vereadores e R$ 2.530,71 em diárias de servidores (foram 13 diárias de R$ 194,67).
Nos primeiros três meses da atual legislatura, entre janeiro e março de 2017, as despesas haviam somado R$ 51.895,58, sendo R$ 5.021,48 para parlamentares e R$ 46.874,10 para funcionários (255 diárias de R$ 183,82).
Já no ano passado, de janeiro a março de 2018, os gastos foram de R$ 22.711,80, sendo R$ 1.186,10 para vereadores e R$ 21.525,70 para servidores (115 diárias de R$ 187,18).
FARRA REVELADA/
A queda nas despesas coincide com a evolução das etapas do caso que ficou conhecimento como ‘Farra das Viagens’.
A partir de setembro de 2017, quando o jornal ajuizou uma ação para obter acesso aos relatórios de viagens oficiais da Câmara, os vereadores começaram a reduzir os gastos. Depois de julho de 2018, quando a Justiça liberou acesso aos documentos e o jornal revelou o escândalo, as despesas despencaram de vez.
O caso, que é investigado pelo Ministério Público nas esferas cível e criminal, envolve 14 parlamentares, sendo 13 vereadores e um suplente. No fim do ano passado, após recomendação da Promotoria do Patrimônio Público, eles já devolveram mais de R$ 14 mil que haviam recebido em 70 viagens com irregularidades.
Os parlamentares citados no escândalo – Jessé Silva (SD), Douglas Carbonne (PCdoB), Bilili de Angelis (PSDB), Vivi da Rádio (PSC), Gorete Toledo (DEM), Diego Fonseca (PSDB), Dentinho (PV), Digão (PSDB), Graça (PSD), João Vidal (PSB), Nunes Coelho (PRB), Alexandre Villela (PTB), Bobi (PV) e o suplente Fião Madrid (PSDB) – negam ter cometido irregularidades.
CONTROLE/
Em resposta ao escândalo, Boanerge dos Santos (PTB), que assumiu a presidência da Câmara em janeiro e não é citado no caso, adotou uma série de medidas para reduzir as despesas da Casa. O pacote inclui a transferência de 12 dos 20 veículos e 13 dos 21 motoristas à prefeitura e o corte em contratos de itens como combustível e aluguel de garagem. “Precisamos nos adequar à realidade que vive o nosso município e o país. Não faz sentido o município diminuir suas despesas e custos, e a Câmara não dar continuidade”, disse.