Comissão colhe depoimento do presidente da Fundação Universitária de Taubaté
Julio Codazzi / Taubaté
julio.codazzi@gazetadetaubate.com.br
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Unitau (Universidade de Taubaté) realizou ontem a sua primeira reunião pública. Foram ouvidos pela CPI o chefe de segurança da Unitau, Wilson Aparecido de Lima, representante dos servidores no Consuni (Conselho Universitário), e o presidente da Fust (Fundação Universitária de Taubaté), Isnard de Albuquerque Câmara Neto.
Primeiro a prestar depoimento, Lima disse que os servidores da universidade não recebem o vale transporte desde julho e que a cesta básica atrasou um mês. “Tem servidor do meu setor que ficou três semanas sem ir ao trabalho, pois não tinha comida e não tinha como ir até a universidade”. Rombo / Segundo a ser ouvido, Câmara Neto reconheceu a existência de duas dívidas milionárias na Fust — uma de R$ 3,8 milhões com antigos fornecedores do HU (Hospital Universitário), e a outra de cerca de R$ 40 milhões com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que ele teria herdado de gestões passadas. “Uma das minhas agendas na Fundação foi quitar dívidas do ordenador da despesa da gestão anterior. Na minha gestão não houve dívida”, disse.
No depoimento, o presidente da Fust elogiou a cessão da gestão do HU ao governo estadual, ocorrida em abril. “Tenho certeza que, quando passamos o HU, a Unitau tomou grande providência no sentido de estancar a hemorragia. Mas o doente continua com profunda anemia. É preciso agora dar um pouco de sangue”.
Suspeita / Durante a reunião pública, os vereadores que compõem a CPI afirmaram que pretende investigar um suposto rombo registrado durante a gestão da ex-reitora Maria Lucila Junqueira Barbosa, que foi substituída pelo atual, José Rui Camargo, em 2010.
Já aposentada, Lucila deve ser convidada pela Comissão a prestar esclarecimentos. “A gestão passada da Unitau assumiu com R$ 33 milhões de saldo e entregou com R$ 20 milhões negativos. Precisamos entender isso”, disse o presidente da CPI, vereador Douglas Carbonne (PCdoB).
“Vamos solicitar os 10 últimos anos de balancete. Se a Lucila recebeu a Unitau com mais de R$ 30 milhoes de saldo e entregou com dívida de R$ 20 milhoes, isso é um crime. Impossível toda essa quantia sumir e deixarem a universidade na situação em que está hoje”, afirmou o secretário da CPI, o vereador Rodrigo Luis Silva, o Digão (PSDB). A ex-reitora não foi localizada ontem pela Gazeta de Taubaté.