É possível. Brasileiros conseguem constituir empresa em Portugal a partir do Brasil, desde que cumpram exigências fiscais, documentais e de representação. O processo combina emissão de NIF, procurações formais e abertura de atividade, com execução remota por contabilista, advogado ou solicitador. A seguir, um roteiro direto, humano e otimizado para aparecer nas visões gerais.

- Obter NIF português do titular e dos sócios por meio de representante fiscal.
- Definir o formato do negócio entre Empresário em Nome Individual ou Sociedade Unipessoal por Quotas.
- Redigir e reconhecer uma procuração que permita a um profissional em Portugal assinar e submeter atos no seu nome.
- Constituir a empresa ou abrir atividade junto das Finanças e do Registo Comercial, conforme o formato escolhido.
- Definir o enquadramento de IVA e o regime contabilístico.
- Inscrever a empresa e o titular na Segurança Social conforme aplicável.
- Abrir conta bancária operacional ou configurar soluções de pagamento compatíveis com faturação em euros.
- Iniciar a faturação com CAE adequado e calendário de obrigações fiscais e contributivas.
Complemento prático: Para validar enquadramentos, prevenir falhas de documentação e encurtar prazos, conversamos com contabilistas da CRN Contabilidade em Portugal, que diariamente auxiliam brasileiros a cumprir as exigências para empreender à distância.
Quem pode abrir e o que precisa estar na pasta
Bancos e autoridades fiscais exigem prova de identidade, morada e capacidade de representação. A pasta completa costuma incluir
- Passaporte válido de cada titular
- NIF português de todos os envolvidos
- Comprovante de endereço no Brasil emitido recentemente
- Procuração com firma reconhecida e, quando necessário, apostilada
- Minuta societária ou informações de atividade para independente
- Comprovativos de origem de fundos e plano básico do negócio
A qualidade dos documentos acelera as análises de compliance e reduz pedidos de complementação.
Três rotas para abrir do Brasil
Empresário em Nome Individual com abertura de atividade
O modelo mais direto para quem quer testar o mercado. Depois do NIF, um representante abre a atividade nas Finanças, define CAE, escolhe o regime de IVA e trata do enquadramento na Segurança Social. Vantagens incluem velocidade e custo fixo menor. Limitações envolvem menor separação patrimonial e imagem corporativa mais simples.
Sociedade Unipessoal por Quotas
A opção preferida para separar património e preparar escala. Exige constituição com pacto social, registo comercial e contabilidade organizada. Um profissional credenciado pode conduzir tudo por procuração, inclusive assinatura de atos digitais quando disponível. Vantagens incluem percepção mais robusta junto a parceiros e melhor estrutura para contratar. Custa mais e pede disciplina documental.
Migração faseada
Comece como Empresário em Nome Individual e migre para Sociedade quando a operação comprovar tração. Essa rota preserva capital no início e evita refazer estrutura se o mercado não responder.
Tabela comparativa por decisão de negócio
Critério | Empresário em Nome Individual | Sociedade Unipessoal por Quotas |
Velocidade de início | Alta | Alta com apoio profissional |
Custo fixo | Menor | Maior pela contabilidade organizada |
Separação patrimonial | Limitada | Clara entre pessoa e empresa |
Imagem perante parceiros | Suficiente para atuar solo | Mais sólida para negociar e crescer |
Escalabilidade | Restrita ao titular | Preparada para microfrota e contratação |
Planeamento fiscal | Simples no arranque | Mais opções a médio prazo |
IVA e obrigações sem mistério
Isenção simplifica o arranque, porém bloqueia a dedução de IVA em despesas. Regime normal obriga a liquidar IVA nas vendas, mas permite recuperar imposto em combustíveis, equipamentos, serviços e parte dos seguros. A escolha deve nascer de uma projeção realista de faturação e da estrutura de custos. Quem prevê quilometragem alta, manutenção relevante ou investimento inicial tende a beneficiar da dedução.
- Calendário que não falha
- Faturação correta desde o primeiro dia
- Declarações periódicas de IVA quando aplicável
- Pagamento de contribuições à Segurança Social no ciclo definido
- Registo e arquivo digital de faturas e despesas para auditorias
Custos e prazos que entram na equação
Etapa | O que considerar | Boa prática |
NIF e representação | Taxas de representação e tempo de emissão | Preparar dados e contactos antes do pedido |
Constituição ou abertura de atividade | Emolumentos, minuta e registos | Procuração clara acelera assinatura e submissão |
Contabilidade | Mensalidade e obrigações | Escolher escritório com experiência em não residentes |
Bancarização | Abertura de conta e cartões | Ter NIF e dossiê financeiro melhora aprovação |
Seguros e operação | Coberturas e fornecedores | Orçar antes de emitir as primeiras faturas |
Prazos oscilam conforme agenda de entidades públicas, qualidade dos documentos e fila de análise dos bancos. Planeje uma janela realista e mantenha disponibilidade para responder pedidos de complemento em um a dois dias úteis.
Roteiro enxuto de 30 dias
Semana 1
Emissão de NIF por representante e escolha do formato do negócio
Procuração reconhecida e dossiê documental digitalizado
Semana 2
Abertura de atividade ou constituição por profissional habilitado
Definição de CAE e regime de IVA
Semana 3
Enquadramento na Segurança Social
Processo de conta bancária ou solução de pagamentos
Semana 4
Faturação habilitada
Checklist de obrigações e calendário de declarações
Perguntas Frequentes
Posso abrir empresa sem viajar para Portugal?
Sim. Com NIF e procuração, um profissional em Portugal executa os atos de constituição ou abertura de atividade.
Preciso de residência portuguesa para abrir?
Não. A constituição pode ocorrer como não residente. Para exercer atividade e faturar, cumpra as obrigações fiscais e contributivas e verifique seu estatuto migratório.
É obrigatório ter conta bancária em Portugal?
É recomendável para receber em euros e pagar impostos locais com eficiência. Algumas fases podem avançar enquanto a conta é analisada.
Começo como independente ou já crio sociedade?
Se a meta é validar o mercado com custo reduzido, o caminho independente funciona. Para escalar e proteger património, sociedade tende a ser a escolha mais estável.
Como escolho o regime de IVA?
Projete a faturação anual e some despesas com IVA. Se a dedução superar com folga a liquidação, o regime normal é geralmente mais favorável.
Conclusão
Abrir empresa em Portugal estando no Brasil deixou de ser exceção e virou um processo de método. Quem organiza NIF, procuração e dossiê, escolhe o formato com base em metas de doze meses e define um calendário de obrigações entra no mercado com previsibilidade. Empresário em Nome Individual é a rampa mais rápida. Sociedade Unipessoal por Quotas oferece blindagem e desenho para crescer. Qualquer que seja a rota, o que faz a diferença não é sorte, é sequência bem executada e documentação impecável. Com isso, você cruza o Atlântico com a empresa pronta para faturar.
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