Com serviços em alta, salário médio sobe abaixo da inflação no Vale
28 de setembro de 2019
O salário médio na RMVale subiu 2,95% no período de janeiro a agosto deste ano, na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, e ficou abaixo da inflação oficial acumulada nos últimos 12 meses, de 3,43%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Sete das 10 carreiras que mais contrataram em 2019 são do setor de serviços, que costuma pagar salários mais baixos do que a indústria e o comércio.
De janeiro a agosto deste ano, o rendimento médio foi de R$ 2.204,39 na região, contra R$ 2.141,31 no mesmo período do ano passado, aumento de 2,95%.
Com isso, o Vale acumula sete meses de aumento do salário médio abaixo da inflação e apenas um mês acima do índice inflacionário.
O levantamento foi feito por OVALE com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia.
Segundo o economista Edson Trajano, pesquisador do Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais), o desemprego e a queda na produção industrial causados pela crise econômica enfraqueceram a capacidade de negociação dos trabalhadores, afetando os reajustes salariais das principais categorias.
“Isso impacta a indústria em primeiro lugar e depois outros setores, como serviços e comércio, que dependem do crescimento industrial”, declarou o economista.
Das 10 carreiras que mais empregaram em 2019, oito tiveram aumento, sendo cinco acima da inflação e três abaixo. O salário diminuiu em duas carreiras.
O salário médio das carreiras que geraram mais saldo positivo de emprego neste ano foi de R$ 1.411,23 contra R$ 1.371,43, em 2018, alta de 2,9%, abaixo da inflação.
Servente de obras é a carreira com maior saldo no Vale em 2019, diz pesquisa
Servente de obras foi a carreira que mais contratou na região entre janeiro e agosto deste ano, com 822 empregos e salário médio de R$ 1.410,48, 0,85% acima do de 2018, de R$ 1.398,57.
Auxiliar de escritório abriu 506 vagas em oito meses e pagou rendimento médio de R$ 1.234,34, 0,04% acima de 2018, de R$ 1.233,85.
Frequente na indústria, A carreira de alimentador de linha de produção gerou 605 postos de trabalho com um salário médio de R$ 1.448,21, crescimento de 3,92% ante o mesmo período de 2018 (R$ 1.393,64).
A profissão de auxiliar de desenvolvimento infantil registrou aumento no salário médio acima da inflação. O rendimento médio da carreira neste ano, de janeiro a agosto, foi de R$ 1.250,30, contra R$ 1.124,85 no ano passado, representando uma alta de 11,15%.
Já assistente administrativo foi a carreira, entre as 10 que mais contrataram no Vale, com maior percentual de aumento no salário médio, de 14,4%.
Carreiras com maior saldo empregam 16 mil no Vale; outro grupo demite 13,9 mil
Todas as carreiras com saldo positivo de emprego em 2019, de janeiro a agosto, no Vale do Paraíba, totalizaram a contratação de 16.126 pessoas nestes oito meses. O nível salarial deste grupo vai de R$ 160,15 pagos a professores de alunos com deficiência múltipla, que ganham por hora e têm saldo de 10 vagas em 2019, ao pico de R$ 21,6 mil, pagos a três pilotos de aeronaves contratados neste ano. O salário médio das profissões com saldo positivo foi de R$ 2.045,14 de janeiro a agosto.
No lado contrário, as carreiras que mais demitiram do que contrataram fecharam o período de oito meses no ano com 13.994 empregos perdidos, gerando um saldo de 2.132 vagas abertas na região, incluindo todas as profissões.
O pico salarial deste grupo é bem maior do que o de saldo positivo, alcançando R$ 99 mil, pagos ao cargo de diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, com uma contratação e duas demissões na região.
Na parte debaixo da tabela, a função de cortador de roupas pagou R$ 591 de salário e rendeu saldo de -2 vagas no Vale.