Ortiz projeto parceria com a WTorre, nos mesmos moldes do que foi feito na construção da Arena Palmeiras, para ter espaço esportivo sem investir dinheiro público
Redação / Gazeta de Taubaté
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Antes prevista para 2019, a Arena de Esportes de Taubaté deve sair em 2020. Mas esse ‘atraso’, segundo o prefeito Ortiz Junior (PSDB), é resultado de uma mudança positiva.
Anteriormente, o projeto previa construir o espaço com dinheiro público. Para isso, seria preciso convencer o Ministério dos Esportes a ajudar com parte dos R$ 19 milhões necessários.
Agora, tudo poderá sair do papel sem um centavo sequer dos cofres do município ou da União.
Para isso, a prefeitura tem conversas adiantadas com a WTorre, construtora responsável pelo Allianz Parque, estádio do Palmeiras que foi inaugurado em novembro de 2014.
MODELO/ A parceria entre a empresa e o alviverde da capital deverá servir, aliás, de modelo para o empreendimento em Taubaté.
No caso do estádio, coube à WTorre realizar a obra e investir os R$ 630 milhões necessários. Para recuperar o investimento, a construtora poderá explorar o espaço por 30 anos, inclusive vendendo o ‘naming rights’ da arena – no caso, para o grupo Allianz. O Palmeiras cedeu apenas a área, onde antes existia o antigo Palestra Itália.
Para Taubaté, está prevista parceria semelhante: caberia à prefeitura apenas a cessão da área, que tem 23 mil metros quadrados e fica próxima ao entroncamento entre a Via Dutra e a Carvalho Pinto, entre o shopping Via Vale e a LG.
Já a WTorre investiria cerca de R$ 40 milhões para construir a arena e poderia explorá-la por três décadas. Nesse período, entre 60 e 70 datas ficariam reservadas para jogos das equipes da cidade, com destaque para os times de vôlei, handebol e futsal. O restante do calendário serviria para a empresa promover eventos de negócios e até shows, já que será uma arena multiuso. “É a arena indoor mais moderna do Brasil, mais moderna que as arenas das Olimpíadas, que só podiam receber eventos esportivos”, disse o prefeito.
ARENA/ A arena ocuparia 8 mil metros quadrados da área. O restante (15 mil metros quadrados) seria destinado para estacionamento.
O espaço deve ter capacidade de 5.000 lugares para eventos esportivos. Para eventos empresariais e shows, poderia receber 8.000 pessoas.
A etapa atual, que conta com consultas ao Ministério Público, é jurídica. É preciso definir um modelo que permita esse tipo de parceria – afinal, a empresa irá usufruir de uma área pública para obter retorno financeiro.
Caberá ao palmeirense Ortiz Junior driblar os obstáculos e tirar do papel o projeto inspirado em seu time de coração. Caso contrário, será lembrado por um fiasco semelhante ao de seu pai, o ex-prefeito José Bernardo Ortiz (PSDB), que em 2004 chegou a anunciar a construção de um autódromo para aquela região.
VITRINE/ O investimento pesado em equipes de alto rendimento é a principal marca da gestão Ortiz na área esportiva.
A estratégia começou ainda em 2013. Hoje, os principais jogadores das equipes de vôlei e handebol recebem até R$ 12 mil por mês da prefeitura, por meio de bolsa-auxílio.
Dos R$ 18,4 milhões de orçamento que a Secretaria de Esportes tem esse ano, R$ 5 milhões (27% do total) são para equipes de alto rendimento.