Hipótese de fim do terceiro turno deixa metalúrgicos com medo em Taubaté
Redação / Taubaté
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Faltando 20 dias para o prazo que garante o terceiro turno na fábrica da Volkswagen em Taubateé, a falta de informações causa apreensão entre os funcionários. No início de janeiro, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté afirmou que a montadora estudava fechar o terceiro turno. Na ocasião, foi firmado um acordo que garantia o setor até o dia 18 de fevereiro, e que haveriam negociações para que ele não fosse encerrado.
Desde então, no entanto, funcionários afirmam que nada foi explicado. Dentro da fábrica, demissões não são descartadas pelos trabalhadores. “A produção está bem reduzida, e o sentimento do pessoal é de que algo não muito bom está por vir. O acordo do Sindicato mantém o terceiro turno até o Carnaval, depois disso ninguém sabe como ficam as coisas”, afirmou um funcionário à Gazeta de Taubaté. “Extra-oficialmente, iriam ‘sobrar’ perto de 400 pessoas”, completou.
Demissões?/ De acordo com o Sindicato, um eventual fechamento do terceiro turno não significa que haveriam demissões. No caso, os funcionários poderiam ser realocados para outras áreas dentro da empresa.
“As negociações continuam com o objetivo de manter integralmente o terceiro turno. Conforme as reuniões entre Sindicato e a Volks ocorram, o Sindicato informará a todos os envolvidos sobre as negociações. Apesar de estarmos vivendo um momento difícil, o Sindicato pede aos trabalhadores que mantenham-se unidos em tranquilidade aguardando o desfecho das negociações”, dissse o Sindicato, na ocasião.
“Extra-oficialmente, iriam ‘sobrar’ perto de 400 pessoas. Há [preocupação] ainda mais porque tinha sido próximo às demissões que não se efetivaram da [planta] Anchieta”, disse um metalúrgico, relembrando que a Volks anunciou a demissão de 800 funcioários em São Bernardo — mas voltou atrás dias depois. “As apostas estão que fecha mesmo o terceiro turno”, completou.
Montadora/ Procurada ontem, a Volkswagen não retornou os contatos feitos pela reportagem da Gazeta. Entre agosto e setembro, cerca de 4.500 funcionários da Volks entraram em período de férias coletivas por dez dias, na montadora de Taubaté. Os trabalhadores ficaram ausentes da fábrica como forma de ‘adequação à demanda do mercado’, segundo a empresa.
GM pode abrir PDV na região
A GM estuda abrir o primeiro PDV (Plano de Demissão Voluntária) no seu complexo industrial de São José dos Campos. A informação foi divulgada ontem pelo jornal ‘Folha de S. Paulo’. O PDV seria aberto também no complexo industrial de São Caetano do Sul. A meta é atingir até 1.500 demissões voluntárias nas duas fábricas. A montadora informou em nota que não comentaria o caso.
Em São José dos Campos, o Sindicato dos Metalúrgicos informou que não recebeu nenhuma comunicação oficial a respeito de um PDV na planta local. O presidente do sindicato, Antonio Macapá, no entanto, não descartou essa possibilidade. “Não existe nada oficial sobre PDV em São José, mas tudo é possível”. Segundo o dirigente, a informação teria partido do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano.
histórico /Macapá relatou que no ano passado a GM abriu quatro PDVs em São José, mas a adesão foi baixa. “Apenas 120 trabalhadores aderiam ao plano”, disse o presidente do sindicato. Segundo Macapá, até ontem a produção na planta de São José foi normal, com a montagem de cerca de 300 veículos/dia. “Vamos aguardar os próximos dias”, frisou.
Na próxima semana termina o período de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) de um grupo de pelo menos 600 empregados da montadora. O retorno ao trabalho está previsto para o dia 9 de fevereiro, segundo o sindicato. O grupo, conforme acordo firmado entre a GM e o sindicato, terá estabilidade até o dia 7 de agosto deste ano.