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Chaves e a Casimira de Taubaté
Episódios do seriado mais amado do Brasil fazem citação ao Vale do Paraíba
Paula Maria Prado/ Taubaté
redacao@gazetadetaubate.com.br
Roberto Bolaños, o eterno Chaves, sepultado no último domingo, no México, era um apaixonado pelas terras de cá. ‘Todo mi amor pelo Brasil’, escreveu em seu último tuíte. Nestes 30 anos em que o seriado ‘Chaves’ e ‘Chapolin’ é exibido pelo SBT, em dois dos episódios, o Vale do Paraíba foi homenageado.
Em ‘A Casimira de Taubaté’ (também conhecido como ‘Piquenique no Pátio’), gravado originalmente em 1977, Seu Madruga oferece ao Sr. Barriga um pedaço de casimira (tecido) em troca da quitação de um mês de aluguel. “É inglês, finíssimo, da melhor qualidade”, garante Seu Madruga. “Made in Taubaté”, lê Sr.Barriga na etiqueta. “Na Inglaterra estão falsificando as casimiras de Taubaté”, justifica o inquilino.
A piada é, na verdade, uma referência à CTI (Companhia Taubaté Industrial), indústria têxtil produtora principalmente de camisas e meias, fundada em 1884, cujo auge aconteceu a partir do início de 1915. “Sem conseguir importar tecidos e roupas na época da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), tínhamos de produzir. Nos anos seguintes, não tinha um lar brasileiro que não tivesse peças produzidas em Taubaté”, disse Pedro Rubim, editor do ‘Almanaque Urupês’.A partir da CTI é que o Vale ganhou notoriedade. “A tecelagem Parahyba, em São José, veio na sequência e também tomou os lares brasileiro.”
licença poética/ A citação de Taubaté em meio à história é, na verdade, uma licença obtida dos dubladores. “O episódio original não cita Taubaté. Foi uma forma de trazer ‘Chaves’, que já era uma seriado de grande audiência, para mais perto dos brasileiros”, explica Andréia Eugênio, jornalista e autora de uma monografia sobre ‘Chaves’ .
“O fato de a série estar há mais de 20 anos no ar com os mesmos índices de audiência me deixou curiosa. Então me aprofundei sobre a questão. E, ainda que ‘Chaves’ tenha uma qualidade técnica baixa, agradava por sua estética, humor atemporal e puro, presença de uma moral. Ele, por exemplo, enaltece os excluídos”, explica Andreia, formada pela Unitau.
pinda / Já no episódio “Ser professor é padecer no inferno”, de 1975, é a vez de Pindamonhangaba ser citada. O professor Girafales pergunta ao Quico: “Ninguém sabe quem foi o adversário dos inconfidentes?”. O garoto responde: “Foi o Santos? O Palmeiras? O Grêmio? O Olaria? O Pindamonhangabense?”, em referência a um time profissional que nunca existiu na cidade. Esses episódios foram compartilhados em muitos perfis no YouTube e somam mais de 500 mil visualizações.
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