Abradin entra com ação contra acordo entre Embraer e Boeing
23 de janeiro de 2019
A entidade alega que a transação deveria disparar uma oferta pública de aquisição de ações para todos os acionistas da Embraer e que a criação de uma joint venture entre Embraer e Boeing é uma forma de ludibriar os acionistas
Redação / Gazeta de Taubaté
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A Abradin (Associação Brasileira de Investidores) entrou na Justiça, nesta quarta-feira, com uma ação civil pública contra a venda do controle da aviação comercial da Embraer para a norte-americana Boeing.
A entidade alega que a transação deveria disparar uma oferta pública de aquisição de ações para todos os acionistas da Embraer.
A associação alega que a criação de uma joint venture entre Embraer e Boeing é uma forma de ludibriar os acionistas, em razão de não se tratar de uma fusão, mas de uma venda, que traria prejuízo aos acionistas.
“Não existe uma joint venture. É uma cisão seguida de venda. O que restar da Embraer não sobreviverá, a médio prazo, sem subsídios estatais, daí as perspectivas de rebaixamento anunciadas pelas agências”, afirmou à agência Reuters o presidente da Abradin, Aurélio Valporto.
E diz que o pagamento pelo negócio deveria ser feito diretamente aos acionistas, que não concordam com a oferta de dividendos do lucro pela venda, de US$ 1,6 bilhão.
A ação tem caráter liminar e tramita na 24ª Vara Cível do Tribunal Regional Federal da 3º Região, em São Paulo. Ainda não há data pata julgamento.
Segundo a Abradin, a ação pede que a Justiça anule a decisão do conselho de administração da Embraer que, em reunião em julho do ano passado, autorizou as negociações da Embraer com a fabricante americana.
Em 11 de janeiro, o conselho da Embraer ratificou o acordo da joint venture entre a empresa brasileira e a Boeing. Embraer e Boeing não comentam o assunto.