Quando você pensa em polinização, o que vem à sua mente? Se visualiza uma abelha espalhando pólen entre flores, está certo: as abelhas são os principais polinizadores. Mas não estão sozinhas! Outros insetos, aves e mamíferos também desempenham esse papel. Além disso, o vento e a água podem transferir pólen sem a ajuda de animais. Há ainda a polinização artificial, que é realizada por humanos.
O Portal do Butantan conversou com Natália Batista Khatourian, técnica do Laboratório de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan, que compartilha suas ideias sobre a polinização.
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1- O que é polinização?
Pólen é um conjunto de pequenos grãos, geralmente amarelos, que abrigam os gametas masculinos das flores. Polinização é o processo em que o pólen se move das anteras (parte masculina) para o estigma (parte feminina) da flor.
Esse movimento pode ocorrer na mesma flor, chamado de autopolinização, ou entre flores diferentes, conhecido como polinização cruzada. A polinização é fundamental para a fecundação dos óvulos no estigma, resultando na formação de sementes e frutos, permitindo o surgimento de novas plantas e, consequentemente, frutas e vegetais saborosos!
2- Quais animais são polinizadores?
A polinização por animais é chamada de zoofilia. A maioria dos polinizadores são insetos, especialmente abelhas, mas também incluem borboletas, vespas, mariposas, besouros, moscas, tripes e até formigas (Camponotus crassus), que se alimentam de pólen e néctar.
Exemplos de borboletas polinizadoras são a lagarta das palmeiras (Brassolis sophorae), borboleta-coruja (Caligo eurilochus), Prepona-branca-manchada (Archaeoprepona amphimachus) e borboleta azul (Morpho sp.).
Algumas mariposas de famílias como Sphingidae e Geometridae e até certos besouros também podem polinizar. A mosca-zangão-europeia (Eristalis tenax) possui essa habilidade.
Além disso, aves como beija-flores e periquitos, além de mamíferos como morcegos e lêmures, também colaboram na polinização ao se alimentarem de flores.
Cada forma de polinização tem seu nome: entomofilia (por insetos), ornitofilia (por aves) e quiropterofilia (por morcegos).
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Os animais são atraídos por cores vibrantes e aromas característicos das flores, características que as plantas desenvolveram ao longo da evolução para atrair polinizadores. Cada animal tende a polinizar certas espécies. Ao visitar várias flores, eles transportam pólen, garantindo a continuidade do ciclo de polinização e a reprodução de múltiplas espécies vegetais.
3- Por que a polinização ocorre mesmo sem animais?
A polinização pode ocorrer sem a ajuda de animais, um processo conhecido como polinização abiótica. Isso pode acontecer de duas maneiras: pelo vento (anemofilia) ou pela água (hidrofilia). Na anemofilia, o vento transporta grãos de pólen entre as flores, sendo mais eficaz em distâncias curtas, como em plantações.
A hidrofilia, por outro lado, acontece entre plantas aquáticas em áreas alagadas, com o pólen flutuando até o estigma de outra planta. Este tipo de polinização não é comum, pois insetos também polinizam algumas plantas aquáticas.
4- Qual a importância da polinização na natureza?
A polinização é vital para a perpetuação de espécies vegetais, influenciando a dieta de muitos animais. Esse ciclo mantém o ambiente rico e propício para a vida, garantindo que as espécies se mantenham saudáveis em suas condições adequadas de sobrevivência.
Um exemplo claro de desequilíbrio ecológico é a falta de certos insetos em uma área, indicando um espaço vegetacional empobrecido.
Por isso, é crucial proteger os ecossistemas. Ao ver polinizadores como abelhas e borboletas, evite eliminá-los. Eles desempenham um papel essencial, trazendo não apenas beleza ao ambiente, mas também vegetais e frutas que são indispensáveis para nossa alimentação e saúde. Os polinizadores têm uma missão nobre, e é nosso dever apoiá-los nesse processo.
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