Nesta quarta-feira (10), a Polícia de São Paulo lançou uma série de operações que resultaram na prisão de mais de 1,3 mil agressores de mulheres e crianças. A principal ação, denominada Operação Hera II, fortaleceu o combate à violência doméstica ao longo de 21 dias, resultando em 24 mil registros de ocorrência, 9,3 mil pedidos de medidas protetivas de urgência e 1,3 mil prisões em flagrante em todo o Estado.
Além da Operação Hera II, foram realizadas a Operação Sentinela de Aço, que visa combater crimes sexuais contra crianças e adolescentes, e a Teia Central, destinada a desarticular uma quadrilha de venda de drogas por entrega na região central da capital. Também houve uma ação da Polícia Militar contra o crime organizado.
O secretário de Segurança Pública, Oswaldo Nico Gonçalves, apresentou os resultados das operações na tarde de quarta-feira. “Enfrentar a violência doméstica é uma de nossas prioridades. Queremos conscientizar a população para evitar esses crimes e incentivar denúncias. Através do aplicativo SP Mulher Segura, as mulheres podem registrar ocorrências e monitorar agressores com tornozeleiras, contribuindo para a diminuição dos feminicídios”, afirmou.
A delegada Adriana Liporoni, que coordena as Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) no estado, ressaltou a relevância do combate à violência doméstica. “Essas ações reafirmam nosso compromisso de proteger as mulheres, acolhendo vítimas, investigando casos graves e prendendo agressores. Durante essa mobilização, reforçamos nosso esforço para garantir que nenhum agressor permaneça impune em São Paulo e que nenhuma vítima fique sozinha diante da violência”, declarou.
Proteção à Infância
A Operação Sentinela de Aço focou no combate a crimes sexuais contra crianças e adolescentes, resultando na emissão de 26 mandados de prisão por estupro de vulnerável e na captura de 11 agressores. As investigações revelaram que muitos dos procurados também enfrentam acusações de violência doméstica e possuem histórico de comportamento agressivo. Alguns desses criminosos já haviam cometido delitos em outros estados, como Maranhão e Bahia, e se mudaram para São Paulo para escapar de suas penas.
A Operação Teia Central desmantelou uma organização criminosa envolvida no tráfico de drogas por entrega na capital, com 18 mandados de busca e apreensão sendo executados. Durante essa operação, oito pessoas (seis homens e duas mulheres) foram presas, e foram confiscados seis veículos, aproximadamente 3 kg de maconha, R$ 121 mil em dinheiro, além de 800 euros e 45 dólares, balanças de precisão, celulares, notebooks e outros materiais relacionados ao crime.
A ação também resultou na apreensão de R$ 9,2 milhões, que, após a conclusão judicial, serão destinados ao programa Recupera SP, revertendo esses recursos para a compra de materiais para a Secretaria da Segurança Pública.
Mobilização da PM
A Polícia Militar implementou uma mobilização integrada em diversas regiões do Estado, com foco em combater o crime organizado, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, adulteração de veículos e auxiliar investigações do Ministério Público e da Polícia Federal. As ações foram particularmente concentradas em Campinas, Piracicaba, São Caetano do Sul, interior do estado e zona sul da capital, resultando no cumprimento de mandados de busca, prisões e operações de inteligência.
No total, foram realizados 85 mandados de busca e apreensão e 24 mandados de prisão, relacionados a investigações sobre tráfico de drogas e armas, lavagem de dinheiro, associações criminosas, roubos, furtos especializados e comércio ilegal de insumos agrícolas.
Nas operações, os agentes apreenderam 1,2 tonelada de maconha em Mirassol e realizaram prisões na região de Campinas, onde dois mandados de busca foram executados contra um integrante de facção criminosa envolvido em tráfico de drogas. Durante a ação, foram confiscadas cinco armas de fogo ilegais, 165 munições, quinze celulares, cinco veículos, pen drives, R$ 45 mil em espécie e moeda argentina.
SP Por Todas
O estado de São Paulo disponibiliza 142 DDMs, sendo que 18 funcionam 24 horas, garantindo atendimento contínuo em todas as regiões administrativas. Além disso, há 170 Salas DDM em delegacias territoriais, criadas para assegurar privacidade e acolhimento às vítimas. O serviço também é acessível de forma remota através da DDM Online, disponível em 166 unidades policiais.
No site do programa SP Por Todas, do Governo de São Paulo, é possível consultar a lista das delegacias que funcionam 24 horas. Para registrar ocorrências de violência doméstica, as vítimas também podem optar pelo DDM online.
O SP Por Todas é uma iniciativa que reúne diversas políticas públicas voltadas à segurança, à autonomia financeira, à saúde e ao bem-estar das mulheres. O projeto possui um portal que centraliza informações e serviços, promovendo o protagonismo e a independência feminina.
Essas iniciativas fazem parte dos pilares da gestão pública e incluem soluções lançadas em março de 2024, como o aplicativo SP Mulher Segura, que conecta diretamente a vítima à polícia caso o agressor se aproxime, além da criação de novas salas da Delegacia de Defesa da Mulher com atendimento 24 horas.

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