Fiscalização Intensificada Contra Bebidas Adulteradas em São Paulo
Na última quinta-feira (2), ações de fiscalização em Osasco e na Zona Sul da capital paulista resultaram em três interdições de estabelecimentos que vendiam bebidas adulteradas. Esses novos fechamentos se somam aos seis que já ocorreram ao longo da semana, como parte de uma operação do Governo de São Paulo em resposta a casos de intoxicação por metanol.
Na capital, uma adega em M’Boi Mirim foi interditada devido a várias irregularidades, incluindo a presença de produtos vencidos, como cervejas e água de coco, além de carnes sem controle de temperatura e alimentos armazenados inadequadamente. Também foram encontradas caixas abertas, rótulos incorretos e indícios de que algumas bebidas não tinham origem comprovada. O local apresentava condições sanitárias precárias, com a presença de roedores e baratas.
Durante a fiscalização em M’Boi Mirim, a Vigilância Sanitária lacrou 5.585 garrafas de bebidas diversas, e a polícia confiscou seis caixas de vodka (totalizando 57 garrafas) de um lote associado a uma distribuidora interditada em Barueri um dia antes. Segundo Manoel Bernardes de Lara Júnior, diretor do Centro de Vigilância Sanitária, as operações de fiscalização foram intensificadas devido aos graves casos de internação hospitalar em decorrência de intoxicação, incluindo sequelas como cegueira ou até óbito.
Em Osasco, duas adegas foram totalmente interditadas, elevando para nove o total de estabelecimentos fechados temporariamente desde o início das ações. Na cidade de São Paulo, as fiscalizações abrangeram os bairros da Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins, Mooca e M’Boi Mirim. Na Grande São Paulo, além de Osasco, também foram interditados locais em São Bernardo do Campo e Barueri.
Em uma fiscalização em uma distribuidora de bebidas na Cidade Líder, na Zona Leste, a Vigilância Sanitária lacrou 211 produtos devido a suspeitas de contaminação.
Casos de Intoxicação
As estatísticas parciais da Secretaria de Estado da Saúde revelam 11 casos confirmados de intoxicação por metanol em São Paulo, incluindo um óbito de um morador da capital. Até a última quinta-feira (2), 41 casos estavam sob investigação.
As operações são realizadas em cooperação entre as secretarias estaduais da Saúde, Segurança Pública, Fazenda e Justiça, de forma cautelar, verificando bares, adegas e distribuidoras em diferentes municípios, analisando documentação e recolhendo amostras de bebidas suspeitas.
Canais de Denúncia
Denúncias sobre irregularidades e suspeitas de bebidas adulteradas podem ser feitas pelo Disque Denúncia 181 ou pelo site da Polícia Civil de São Paulo: www.webdenuncia.sp.gov.br/cidadao/crime-acontecendo. O Procon também recebe denúncias através do Disk 151 e no site www.procon.sp.gov.br, que agora possui um atalho específico para essas denúncias.
Recomendações aos Consumidores
A intoxicação por metanol é severa e pode levar à cegueira permanente ou à morte. O metanol pode ser encontrado em bebidas alcoólicas clandestinas e adulteradas, além de produtos como combustíveis e solventes. As unidades de saúde estão preparadas para atender esses casos.
A Secretaria de Saúde recomenda que qualquer pessoa que apresente sintomas incomuns após o consumo de bebida alcoólica procure imediatamente atendimento médico para exames laboratoriais e uma avaliação oftalmológica. Os principais sintomas de alerta incluem dores abdominais intensas, tontura e confusão mental. O socorro imediato, preferencialmente dentro de 6 horas após o início dos sintomas, é crucial para evitar complicações.
O Estado de São Paulo conta com três laboratórios, localizados em Campinas, Botucatu e Ribeirão Preto, que realizam análises de sangue e urina, com resultados disponíveis em até uma hora.
Entrevistas
Para ouvir mais, ouça Rita de Cassia Dias, diretora técnica do Centro de Vigilância, e Manoel Lara Jr, diretor do Centro de Vigilância Sanitária, nas seguintes entrevistas:
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