Altos níveis de colesterol LDL aumentam em até 70% o risco de infarto e AVC em indivíduos com mais de 40 anos, adverte o HSPE.

O colesterol LDL, comumente chamado de “colesterol ruim”, é um dos principais responsáveis por problemas cardiovasculares, especialmente em pessoas acima dos 40 anos. Pesquisas mostram que indivíduos nessa faixa etária com níveis altos de LDL têm até 70% mais chances de sofrer um infarto ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Esse aumento de risco está ligado ao acúmulo gradual de placas de gordura nas artérias, podendo resultar na obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo. O envelhecimento natural do organismo também influencia, pois provoca perda de elasticidade e espessamento dos vasos, que favorecem o rompimento ou bloqueio arterial — fatores decisivos para eventos cardiovasculares sérios.

O endocrinologista Evandro Portes, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), ressalta que os fatores de risco cardiovascular se intensificam em fumantes, pessoas obesas, diabéticas, hipertensas e sedentárias. “Avaliar esse risco deve ser feito de forma individual. Além de exames laboratoriais que medem os lipídeos no sangue e a função de órgãos como rins e fígado, consideramos idade, tabagismo, obesidade, outras doenças, e, especialmente, o histórico de infarto ou AVC na família”, explica o especialista.

As metas de controle do colesterol LDL mudam de acordo com o perfil de risco de cada paciente, podendo ser recomendado que mantenham níveis abaixo de 30 mg/dL. Para aqueles sem doenças crônicas, que têm um estilo de vida saudável e não apresentam histórico familiar de doenças cardiovasculares, os níveis de LDL devem ser, idealmente, de até 130 mg/dL.

O tratamento deve incorporar a adoção de um estilo de vida mais saudável, o que envolve uma alimentação equilibrada e a prática regular de atividades físicas, ajustadas à condição clínica e ao risco cardiovascular do paciente. Essas mudanças podem levar a uma redução de 10% a 20% nos níveis de LDL.

Se necessário, pode-se prescrever medicamentos específicos, como as estatinas, que são amplamente utilizadas na medicina, ou novos medicamentos que reduzem os níveis de LDL de forma mais significativa. Além disso, é essencial parar de fumar e reduzir o consumo de álcool. “Quanto maior o risco de um paciente desenvolver doenças cardiovasculares nos próximos dez anos, mais rigoroso deve ser o controle dos níveis de colesterol,” enfatiza Dr. Evandro Portes.