A recente onda de calor em São Paulo aumentou o consumo de água na Grande São Paulo em até 60%, conforme dados da Sabesp. Este aumento ocorre apesar de cerca de 30% da população estar fora da região durante as férias. Diante dessa situação, o Governo de São Paulo reiterou a importância do uso consciente da água e a necessidade de adotar medidas urgentes para a sua economia.
Desde agosto, a Região Metropolitana de São Paulo, sob orientação da Arsesp, em colaboração com a SP Águas e a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), implementou uma gestão da demanda noturna. Essa estratégia, que dura 10 horas das 19h às 5h, visa proteger os mananciais da região. Desde sua implementação, a redução da pressão noturna resultou em uma economia de 57 bilhões de litros de água.
Entretanto, o aumento do consumo e a seca seguem impactando os níveis das represas do Sistema Integrado Metropolitano (SIM), que atualmente opera com apenas 26,42% de sua capacidade. Modelos meteorológicos sugerem chuvas abaixo da média para janeiro, o que poderá atrasar a recuperação dos mananciais que abastecem a Grande São Paulo.
“As mudanças climáticas exigem que nos adaptemos a uma nova realidade: a água é um recurso finito e não deve ser desperdiçada. O uso consciente da água deve ser um hábito em nossa sociedade para garantir sua disponibilidade no futuro”, afirmou a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.
Modelo de Gestão Hídrica Inovador
Em 2025, a Grande São Paulo implementou um modelo avançado de gestão de recursos hídricos. Essa abordagem busca proteger os reservatórios do SIM e assegurar o abastecimento da população. O governo estabeleceu 7 faixas de operação, dependendo dos níveis de reservação nas estações de chuvas e estiagem.
A metodologia permite planejamento baseado em projeções que consideram fatores como segurança de reservação, afluências e volume de chuvas, sendo monitorados continuamente pela SP Águas para garantir a precisão das projeções.
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As 7 faixas de atuação representam níveis de criticidade e orientam as medidas a serem adotadas para estabilizar os reservatórios. As restrições de abastecimento só são aplicadas após sete dias consecutivos de permanência em uma mesma faixa, com possibilidade de afrouxamento após 14 dias de retorno a um cenário mais favorável.
Nas faixas 1 a 3, a ênfase está na prevenção e no uso racional da água. As faixas 1 e 2 estabelecem o Regime Diferenciado de Abastecimento (RDA) e gestão de demanda noturna de 8 horas, respectivamente. A faixa 3, em que São Paulo se encontra atualmente, prevê uma gestão de demanda noturna de 10 horas e intensifica as campanhas de conscientização.
As faixas 4, 5 e 6 representam cenários de contingência controlada, com períodos de pressão na rede ampliados para 12, 14 e 16 horas. Na faixa 7, a situação mais crítica, um rodízio de abastecimento é implementado, com fornecimento de caminhões-pipa para áreas essenciais.
Dicas para Economizar Água
- O banho é um dos maiores responsáveis pelo consumo de água. Um banho de 15 minutos pode gastar até 150 litros. Banhos de 5 minutos podem economizar até 9 mil litros por mês em uma família de três pessoas.
- Evite desperdício com descargas verificando vazamentos e evitando jogar papel higiênico que possa causar entupimentos.
- Na cozinha, mantenha a torneira fechada enquanto ensaboa a louça e abra apenas para enxaguar. Use a máquina de lavar louças apenas quando estiver cheia.
- Acumule roupas sujas antes de usar a máquina de lavar. Aproveite a água do enxágue para tarefas como lavar calçadas.
- Use vassouras em vez de mangueiras para a limpeza de calçadas e quintais. Para lavar o carro, utilize balde ao invés de mangueira.
Monitoramento dos Mananciais
O Governo de São Paulo informa que monitora diariamente a situação dos mananciais com a Sabesp, que também realiza obras para aumentar a resiliência hídrica em várias cidades da Grande São Paulo e utiliza caminhões-pipa para reforçar o abastecimento nas áreas mais afetadas pela falta de água.

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